Em comunicado, o Conselho Supremo de Antiguidades quebrou o silêncio a respeito da cor de Cleópatra
Redação Publicado em 02/05/2023, às 10h28 - Atualizado em 11/05/2023, às 20h02
Com o lançamento de 'Rainha Cleópatra', da Netflix, batendo na porta, o Conselho Supremo de Antiguidades do Egito quebrou o silêncio a polêmica que envolve a série documental, com produção de Jada Pinkett Smith.
A série documental se tornou um dos assuntos mais comentados entre internautas nas últimas semanas, pois, apresenta Adele James, uma atriz negra, no papel de Cleópatra VII, que entrou para a História como última rainha do Egito. A escolha retomou um debate de séculos: a verdadeira cor de Cleópatra.
Com lançamento no dia 10 de maio, o Conselho Supremo de Antiguidades do Egito se manifestou em comunicado na última semana e enfatizou que a rainha não era negra.
O secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades confirma que a rainha Cleópatra tinha pele clara e feições helenísticas (gregas)”, detalha o órgão num comunicado publicado no site do Ministério e repercutido pelo Deadline.
Mostafa Waziri, atual secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, explica que, por se tratar de um documentário, os responsáveis pela produção precisam 'se basear em dados históricos e fatos científicos'.
“A aparição da atriz é uma falsificação da história egípcia e uma flagrante falácia histórica, até porque o filme é classificado como documentário e não uma obra dramática, o que exige dos responsáveis por sua produção apurar o rigor e se basear em dados históricos e fatos científicos para garantir que a história e as civilizações não sejam falsificadas”, explicou ele, também como repercutido pelo Deadline.
O secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito também ressaltou que as estátuas e representações em moedas de Cleópatra a representam como características helenísticas e 'pele clara, nariz desenhado e lábios finos'.
Mostafa Waziri também aproveitou para explicar o que causou a reação negativa do Egito após a escalação de uma atriz negra.
"A rejeição sofrida pelo documentário antes de seu lançamento é motivada pela defesa da história da rainha “Cleópatra VII”, que é uma parte importante e autêntica da história antiga do Egito, e longe de qualquer racismo étnico, com total respeito pelas civilizações africanas e pelos nossos irmãos do continente africano que nos une a todos", explicou ele.
Em artigo escrito para o site Aventuras na História, o professor de História Vítor Soares resgata o longo debate em torno da cor e origem de Cleópatra VII. Confira a matéria aqui.
A saga de Cleópatra VII é abordada no podcast da Aventuras na História, o 'Desventuras na História'. O episódio conta com narração de Vítor Soares, que é professor de História e também o idealizador do podcast 'História em Meia Hora'.
O episódio destaca a vida e a morte da figura eternizada na história da civilização que prosperou às margens do Nilo.
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