Em livro, paleantólogo destacou algumas das espécies mais fascinantes e curiosas descobertas no Brasil; confira exemplos
Redação Publicado em 12/11/2024, às 19h00
No livro Novo Guia Completo dos Dinossauros do Brasil (2023), lançado pela Editora da USP (Edusp) e pela Editora Peirópolis, o paleontólogo Luiz Eduardo Anelli revelou detalhes sobre 54 espécies de dinossauros brasileiras, além de explicar a evolução da vida e do planeta ao longo da Era Mesozoica.
As descrições são acompanhadas por ilustrações detalhadas do paleoartista Julio Lacerda. Em entrevista à BBC News Brasil em fevereiro do último ano, Anelli compartilhou informações sobre algumas das espécies mais fascinantes e curiosas descobertas no Brasil.
OStaurikosaurus pricei é considerado um dos dinossauros mais antigos já descobertos. A datação das rochas ao redor indica que esse animal viveu há 233 milhões de anos.
Anelli afirmou que é provável que, no que hoje é o Rio Grande do Sul, tenham surgido as primeiras linhagens de dinossauros, que se espalhariam e dominariam o planeta nos 170 milhões de anos seguintes. O único fóssil conhecido do Staurikosaurus está no Museu de Anatomia Comparada da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
Anelli destacou o Buriolestes schultzi devido a uma aparente contradição em sua evolução. "A comunidade científica ficou um tanto chocada ao saber que o Buriolestes era um bípede carnívoro/faunívoro que deu origem às linhagens posteriores dos dinossauros quadrúpedes herbívoros", avaliou ao veículo.
Felizmente, foram encontrados dois esqueletos quase completos dessa espécie, com o crânio preservado, incluindo as massas encefálicas fossilizadas. Isso permitiu a realização de tomografias que revelaram detalhes das formas, protuberâncias e características do cérebro do Buriolestes.
Para Anelli, a descoberta foi uma peça fundamental na biologia e história natural, classificando o Buriolestes como o "tataravô" dos dinossauros pescoçudos.
Descoberto em 2020, o Ubirajara jubatus é considerado uma raridade paleontológica. Anelli explicou que ele é o primeiro dinossauro não-aviário encontrado na região do Crato, no Ceará, e apresenta uma característica única: penugem, ou penas.
"Além disso, o Ubirajara tinha dois pares de penas longas no dorso, muito parecidas com aquelas que são observadas hoje nas aves-do-paraíso [típicas da Oceania]", complementou.
O cientista sugere que essas penas poderiam ter uma função vibratória, usada durante rituais de acasalamento, algo que ainda pode ser observado em algumas aves atuais.
Essa descoberta também reforça outras semelhanças entre dinossauros e aves, como a postura ao dormir com o pescoço enrolado, a construção de ninhos e a postura de ovos com características semelhantes.
No entanto, o Ubirajara se vê envolvido em uma polêmica. O fóssil foi levado de maneira suspeita para a Alemanha, no entanto, retornou ao Brasil no último ano.
O Oxalaia quilombensis foi identificado a partir de dois fragmentos: a extremidade superior do focinho e um pedaço da maxila esquerda. Esses fósseis foram encontrados em uma ilha no Maranhão, mas as rochas onde estavam localizados são constantemente afetadas pelas ondas e marés, o que fez com que grande parte do material se deteriorasse.
Anelli destacou que, quando o Oxalaia viveu, a América do Sul e a África ainda estavam se separando, após terem sido parte do supercontinente Gondwana. Por isso, o dinossauro apresenta semelhanças com espécies encontradas na costa africana. "Ao que tudo indica, o Oxalaia era um dinossauro pescador", complementou.
O nome científico da espécie faz uma homenagem à divindade afro-brasileira Oxalá, além de referenciar os assentamentos quilombolas maranhenses.
Há 85 milhões de anos, o interior de São Paulo lidava com a escassez de recursos como água e alimentos. Os animais que habitavam essas terras precisaram se adaptar a condições difíceis. O Ibirania parva, um dinossauro pescoçudo de tamanho reduzido, é um exemplo dessa adaptação.
Como estratégia evolutiva durante esse período de escassez, o Ibirania desenvolveu um tamanho menor, especialmente quando comparado a outros dinossauros de épocas posteriores.
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