A sobremesa que não pode faltar nos almoços de domingo surgiu de maneira bizarra
Lucas Vasconcellos Publicado em 12/07/2020, às 09h00
Muito antes de se tornar sobremesa quase obrigatória em balcões de atendimentos de padarias brasileiras e ostentar alimentos-bases que vão de pão a leite condensado ou tapioca - ou mesmo ser citado como uma recompensa na música Another Brick in the Wall, do Pink Floyd -, o podim era, e ainda é em alguns locais, usado para se referir a embutidos de carnes.
O termo português "pudim" deriva do inglês pudding,que, por sua vez, vem do francês boudin, do latim botellus, "linguiça/salsicha". Ainda hoje, black pudding e boudin noir querem dizer chouriço, a linguiça de sangue.
O pudim mudou de salsicha para doce na Grã-Bretanha. Vários pratos eram preparados em banho-maria, envolvidos por uma capa de tripas, tecido ou qualquer outro material. O haggis, o prato nacional da Escócia, é descrito como um pudding de vísceras de carneiro e farinha de aveia, cozidas num bucho de carneiro.
Com o tempo, os britânicos começaram a chamar qualquer coisa feita de banho-maria, sem contato com água, de pudding. E aí entram coisas como chrismas pudding, um bolo úmido cozido num saco de tecido.
A palavra chegou a Portugal pelas inúmeras trocas entre marinheiros de países aliados, e passou a designar só pratos doces. As receitas originais, na melhor tradição portuguesa, se baseiam em ovos e surgiram em conventos. Aqui, com o leite condensado em lata caindo no gosto do público, a partir dos anos 1930, surgiu a versão mais típica hoje.
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