Existindo há mais de 5 mil anos, o símbolo nasceu para representar folhas
Redação Publicado em 27/06/2020, às 12h13
Você provavelmente vai topar muito com essa imagem no mês dos namorados. É uma boa hora para se perguntar: por que o símbolo do coração se parece tão pouco com um coração?
A forma tem ao menos 5 mil anos. Ela apareceu em peças minoanas, cretenses, gregas e romanas. Mas então representava folhas: a na moeda abaixo, da cidade grega de Cirene, é uma folha de sílfio, planta medicinal que acabou extinta.
Assim como o sílfio, o símbolo sumiu na Idade Média. Até reaparecer numa letra capitular no livro Roman de la Poire, de 1250, na qual um cavaleiro dava seu coração à donzela. O coração era segurado de ponta-cabeça e desenhado em três dimensões, mas já tinha o formato familiar e improvável.
Então era fruto de uma confusão médica: era uma tentativa de representar um coração como descrito em texto pelo anatomista Galeno, mil anos antes, por quem nunca viu um. Alguns historiadores enxergam uma conexão entre o símbolo antigo e o medieval.
O sílfio era uma planta usada como anticoncepcional, e outro significado da forma eram folhas de uva, ligadas ao deus Baco. Se invertido, ele parece testículos ou talvez nádegas – sentido pornográfico, que mudaria para romântico. Mas é uma tese muito contestada, porque não há continuidade nas representações.
Mesmo depois do ressurgimento da anatomia, na Renascença, o coração anatomicamente incorreto se estabeleceria. A forma seria fixada de vez pelo baralho francês, do começo do século 16, com os mesmos naipes usados hoje.
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