Sepultada na Cripta Imperial, a segunda esposa de D. Pedro I foi encontrada em um ótimo estado de conservação, em 2012
Alana Sousa Publicado em 24/09/2021, às 08h00
Em meados de 2012, a renomada arqueóloga Valdirene Ambiel deu início aos ambiciosos estudos da Cripta Imperial, tendo como objeto de análise os restos mortais de membros da própria monarquia brasileira. A pesquisa, então, tornou-se parte da dissertação de mestrado da pesquisadora no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP). Acontece que, para a surpresa de todos, o corpo de Dona Amélia foi encontrado mumificado, envolto em um vestido preto, entre os sepultamentos.
Amélia era a segunda esposa de Dom Pedro I e faleceu aos 60 anos, em 26 de janeiro de 1873, em Portugal. Entretanto, foi levada anos depois, já no século 20, para uma sepultura no Monumento à Independência, em São Paulo.
A descoberta da mumificação só foi revelada 140 anos depois de sua morte. O que intrigou os pesquisadores, afinal, foi o fato de que o cadáver não demonstrava ter sinais de qualquer processo proposital de conservação dos restos mortais.
Os especialistas descobriram que uma série de fatores realizados no momento do sepultamento da esposa imperial ajudou na preservação de seu corpo. Uma injeção de perfume inserida na jugular da duquesa anulou parte da decomposição de Amélia.
Assim como o fato do cadáver ter sido lacrado em três urnas funerárias, o que não permitiu que microrganismos entrassem para fazer o papel de putrefação. Isso tudo fez com que o corpo da segunda imperatriz do Brasil fosse preservado, contou Valdirene em entrevista ao site da Aventuras na História.
O processo foi diferente do que aconteceu com D. Pedro I, como explicou Ambiel: “No caso de D. Pedro I, encontramos muito sedimento com seus despojos, que deveria fazer parte de um colchão da urna funerária, que neste caso foi uma forma de homenagear o duque de Bragança. Nenhum tipo de sedimento ou substância foi identificado com os despojos de D. Amélia”.
Ao se deparar com a múmia imperial, exames foram realizados para compreender ainda mais sobre como ela tinha chegado a tal estado; as conclusões se deram por tomografias e biópsias no Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas. Após as análises a imperatriz passou por outro processo de embalsamento — similar ao primeiro.
O cadáver que já tinha um estado de preservação surpreendente, com pele, cabelos, cílios, unhas, globos oculares e órgãos internos quase intactatos, foi sujeito a uma loção usada em Portugal no século 18. A múmia, então, foi realocada para uma sepultura envolta em vidro, para assim, facilitar o trabalho dos pesquisadores, que acompanham de perto o desenvolvimento de conservação de Amélia de Leuchtenberg.
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