Em 2018, o curioso cadáver provou que o processo de mumificação egípcia é muito mais antigo do que todos imaginavam
Redação Publicado em 31/01/2020, às 07h00 - Atualizado em 16/04/2021, às 19h11
Testes divulgados em 2018 numa múmia pré-histórica, que data entre 3.700 a.C e 3.500 a.C, provaram que o método de embalsamamento egípcio é bem mais antigo do que se imaginava. E que essa é uma das mais antigas múmias egípcias conhecidas — no sentido de um corpo preservado pela ação humana.
A múmia no estudo, liderado por Stephen Buckley, especialista em mumificação na Universidade de York, encontra-se no Museu Egípcio de Turim (Itália), desde 1901. Trata-se de um homem que tinha entre 20 e 30 anos quando veio a óbito.
Como o corpo foi preservado na Pré-História egípcia, muito antes do período dos faraós, acreditava-se que era uma múmia natural e acidental, ressecada e preservada pela areia quente e o ar seco do deserto. Múmias acidentais podem existir em todas as culturas e épocas. Contudo, análises químicas revelaram que o corpo passou de fato pelo processo de embalsamento, que era bem parecido com o que seria visto milênios depois.
Anteriormente, acreditava-se que a prática havia sido iniciada quando os egípcios começaram a construir as pirâmides. A primeira delas, a de Djoser, foi concluída em 2.468 a.C.. Isto é, cerca de mil anos antes da múmia estudada. O auge da mumificação seria muito depois, no período romano, a partir de 30 a.C., quando todo mundo que tinha como pagar (classe média alta para cima) era mumificado.
“Até o momento, nós nunca tivemos uma múmia pré-histórica que realmente demonstrou - tão perfeitamente através da química - as origens do que se tornaria a mumificação icônica que nós conhecemos”, disse na época, Stephen Buckley á BBC Internacional.
O processo de mumificação da Múmia de Turim, foi realizado utilizando óleo vegetal, resina de coníferas, um extrato de planta aromática e uma mistura de goma de vegetal e açúcar. Quando misturado ao óleo, essa resina proporcionava propriedades antibacterianas, que protegiam o corpo da decomposição. Bem parecido como o processo conhecido historicamente.
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