Construídos há mais de quatro mil anos, os monumentos históricos exigiam truques e muito esforço dos trabalhadores
Alana Sousa Publicado em 03/12/2020, às 07h00
Monumentos gigantes criados há milhares de anos por diferentes partes do mundo não só fascinam as pessoas pela magnitude, mas criam questionamentos sobre a maneira que foram construídos. Os megalíticos de Stonehenge, as Cabeças da Ilha de Páscoa e o complexo de Chichén Itzá são alguns exemplos de estruturas milenares que alimentam o imaginário popular — e quase são inimagináveis sendo edificadas.
Entretanto, a mais fascinante e conhecida dessas obras, são as pirâmides do Egito. Populares ao redor do mundo e uma das marcas mais fortes da civilização de Cleópatra, Tutancâmon, Nefertari e Aquenáton, os monumentos triangulares se tornaram uma lenda do passado.
Criadas há quase 5 mil anos, as antigas estruturas — cerca de 118 e 138 já foram identificadas no Egito — eram usadas como túmulos para importantes faraós e seus consortes. Feitas majoritariamente durante o Reino Antigo e Médio, elas são evidências de um passado distante, culturalmente rico e com características únicas.
Muito além da grandeza e função dessas construções, a forma com que foram feitas desperta a curiosidade de entusiastas, e foram motivo de pesquisas intensas de arqueólogos, egiptólogos e engenheiros mecânicos. Uma análise de 2014 conseguiu sanar de vez essa dúvida histórica.
Uma resposta — relativamente — simples
Em maio do ano de 2014, uma equipe da Universidade de Amsterdã publicou um artigo mostrando que, na verdade, as pedras que pesavam cerca de 2,5 toneladas, exigiam um esquema específico para que fossem transportadas para o local da construção.
Enquanto alguns acreditavam que as pirâmides foram construídas por extraterrestres, e outros por escravos, a teoria mais aceita é a de que trabalhadores eram designados em conjuntos e trabalhavam recebendo pagamento.
No entanto, o trabalho não era fácil, uma tumba de alguns egípcios que participaram ativamente no projeto, apresentava esqueletos com diversas doenças, como artrite e colunas defeituosas. E não era para menos, a roda ainda não havia sido inventada, então, transportar as pedras não era uma tarefa leve.
Porém, o estudo conseguiu explicar o sistema grupal com que esses materiais eram levados de um local para outro. Usando uma espécie de trenó — uma superfície plana com bordas do lado —, os trabalhadores colocavam os blocos e os arrastavam pelo deserto.
Os pesquisadores afirmaram que eram necessárias oito pessoas para cada bloco médio (de 2,5 toneladas). Pelo peso da rocha, o trenó tinha uma tendência a afundar na areia, foi então que um truque se mostrou essencial.
Para criar um trajeto mais sólido, os egípcios molhavam a areia à frente, tornando-a mais firme e, logo, mais resistente ao bloco maciço. A artimanha também reduzia pela metade a força que era preciso para empurrar o trenó.
“Os físicos colocaram, em uma bandeja de areia, uma versão de laboratório do trenó egípcio. Eles determinaram tanto a força de tração necessária e a rigidez da areia como uma função da quantidade de água na areia. Para determinar a rigidez, eles usaram um reômetro, que mostra quanta força é necessária para deformar um certo volume de areia”, segundo comunicado da universidade.
Sobre a funcionalidade da água, os estudiosos explicam: “Os experimentos revelaram que a força de tração exigida diminui proporcionalmente com a rigidez da areia… Um trenó desliza muito mais facilmente sobre a areia firme [e úmida] do deserto, simplesmente porque a areia não se acumula na frente do trenó, como faz no caso da areia seca”.
Ao contar pela grande quantidade de pirâmides que existem no país, sendo as mais famosas a de Quéops, Quéfren e Miquerinos, os especialistas acreditam que o sistema de transporte era eficaz e reproduzido a cada vez que uma nova estrutura era criada. Todavia, para o agrupamento das pedras em uma altura de mais de 140 metros, a facilidade não estava presente, tendo em mente que muitas delas levavam quase 30 anos para ficarem prontas.
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