Ativista vestido como o super-herói tem lutado contra a repressão do governo militar
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 17/05/2022, às 11h59
Após 30 anos sob o regime de Omar al-Bashir, o Sudão finalmente foi capaz de derrubar o governo ditatorial em abril de 2019, após manifestações massivas por parte de sua população.
O período democrático, contudo, não durou muito: em outubro de 2021, um golpe militar tomou o poder no país, gerando assim uma nova leva de protestos.
Um personagem curioso que se tornou conhecido na internet em meio à conturbação política é o "Homem-Aranha do Sudão", um ativista mascarado que marca presença em atos políticos e estimula a população a não desistir.
Dear world, if you wondering where is Spider-Man now? He has a mission in #Sudan and was found in Khartoum
— Dr Ahmed Jalal “Maglad” د. أحمد مَقلَد (@McLad84) October 31, 2021
Well, should he be anywhere else? #SpiderMan #ThawraMan
pic.twitter.com/AZTfN5fYeR
🕷️🇸🇩🕷️#Sudan's real-life #SpiderMan continues to valiantly lead protests against the country's #Iran-backed military junta. pic.twitter.com/VrEarlgtDR
— Terror Alarm (@terror_alarm) December 13, 2021
O homem que se veste como o super-herói dos quadrinhos da Marvel, mantendo sua identidade anônima, está fortemente envolvido na resistência ao novo governo sudanês, assim como esteve no período anterior à queda do último, de acordo com informações do The Guardian, que o entrevistaram.
Os partidos militares e contrarrevolucionários roubaram a revolução do Sudão. Eles são como o antigo governo de 30 anos – não há diferença entre eles e o partido do Congresso Nacional [de Bashir]. Eles são ditadores e querem apenas o controle", explicou o ativista ao veículo.
Assim como outros manifestantes, o Homem-Aranha sudanês não teve uma trajetória fácil para continuar expressando seu repúdio àqueles que controlam o país. Durante os protestos, ele precisa enfrentar gás lacrimogêneo e canhões de água regularmente.
Ainda conforme o The Guardian, existem também ocasiões em que as passeatas realizadas pela população são perturbadas por balas reais atiradas pelos agentes de segurança.
Assim, existe de fato um risco de perder a vida durante os atos políticos, algo que o ativista vestido de super-herói sabe bem: foi durante uma dessas manifestações que seu amigo de infância pereceu, vítima dos esforços de repressão.
Até hoje continuamos a tentar libertar o país, mas não temos medo. O povo do Sudão, todos eles, continuarão a enfrentar as forças de segurança e as balas", concluiu o Homem-Aranha.
+ Para conferir o documentário feito pelo The Guardian a respeito da figura, clique aqui.
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