A etnia e causa da morte da mulher permaneceram um mistério por quase 200 anos após seu corpo ser desembrulhado
Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 29/08/2021, às 08h00
Embora tenha sido descoberta há quase 200 anos, a múmia de Takabuti guardou uma série de incógnitas que só puderam ser reveladas com pesquisas realizadas através de técnicas modernas.
O impressionante corpo mumificado ainda possui uma trajetória curiosa, que envolve a compra de seu cadáver e sarcófago por um irlandês rico, dominado pela moda da egiptomania do século 19.
Pensando na saga curiosa, separamos 5 curiosidades sobre a história da múmia Takabuti.
Thomas Greg da Ballymenoch House, Holywood, Co. Down, adquiriu a múmia e seu sarcófago em 1834. A egiptomania havia se tornado a nova moda entre os ricos depois das guerras napoleônicas, a partir do final de 1815, com aquisições de itens do Egito Antigo. Embora muitas permanecessem apenas em coleções privadas, Takabuti foi estudada.
No ano seguinte, ela foi desenrolada e avaliada pelo egiptólogo irlandês Edward Hincks no Museu de História Natural de Belfast, na Irlanda do Norte. Ele foi o responsável por obter as mais importantes informações sobre o corpo mumificado, principalmente a partir dos inscritos no caixão.
A partir dos estudos preliminares realizados por Edward Hincks, foi possível chegar a conclusão de que se tratava de uma mulher que viveu durante a 25º Dinastia do Egito Antigo, na cidade de Tebas.
Segundo as interpretações do estudioso das inscrições no sarcófago, ela também teria sido dona de uma grande casa em Tebas e filha de Taseniric e de um dos sacerdotes de Amon, deus do Sol. Outra informação importante foi a de que a mulher provavelmente morreu entre os 20 e 30 anos de idade.
O egiptólogo irlandês foi pioneiro no estudo de Takabuti, mas, na época, os recursos ainda eram limitados e não possibilitavam análises aprofundadas no corpo conservado há tanto tempo. Por isso, em 2020, pesquisadores decidiram retomar a pesquisa e descobrir mais sobre a mulher.
O projeto foi idealizado pela Universidade de Queens, no Canadá, em parceria com os Museus Nacionais da Irlanda do Norte. Foram realizados testes de DNA e tomografias, acompanhados uma série de outros exames realizados ao longo da história da múmia, desde que ela foi desembrulhada em 1835.
Uma das informações obtidas pelos cientistas a partir do novo estudo foi a possível causa da morte da moça, algo que Edward Hincks não conseguiu descobrir há 200 anos. A tomografia revelou que Takabuti teria morrido após ter sido esfaqueada nas costas de maneira brutal.
Foi possível perceber marcas de facas na parte superior das costas do corpo, perto do ombro esquerdo da múmia; tudo isso por meio da tomografia realizada na múmia.
Eles também perceberam que o coração continuava no corpo, diferente das técnicas observadas em outros egípcios mumificados já descobertos.
Os especialistas também perceberam, por meio dos exames de DNA feitos na múmia, que Takabuti não era egípcia, como poderia ser assumido apenas pelo fato de ela ter morado no Egito durante grande parte de sua vida.
Na verdade, ela provavelmente era europeia, aspecto importante que foi definido por meio dos resultados dos testes de DNA que apontam que a mulher tinha genes mais semelhantes a características da Europa do que do Egito.
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