Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Yellowjackets

'Milagre nos Andes' e mais: As histórias reais que inspiraram Yellowjackets

Segunda temporada de Yellowjackets chega hoje, 1º de junho, na Netflix; conheça as perturbadoras histórias reais que inspiraram a produção!

Redação Publicado em 19/12/2023, às 14h49 - Atualizado em 31/05/2024, às 11h17

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Cena de Yellowjackets e os sobreviventes dos Andes - Divulgação/ Showtime e Antonio Vizintín
Cena de Yellowjackets e os sobreviventes dos Andes - Divulgação/ Showtime e Antonio Vizintín

Neste sábado, 1º de junho, chegou ao catálogo na Netflix a segunda temporada de 'Yellowjackets'. A trama conta a história de um time de futebol feminino de ensino médio que acabou preso em uma floresta remota após o avião que as transportava sofrer uma queda no local. 

+ Yellowjackets: 5 coisas que você precisa saber antes de assistir a segunda temporada

Após a tragédia, o grupo de sobreviventes precisa aprender como viver por conta própria em meio à vegetação, com algumas de suas sequências mais chocantes envolvendo canibalismo — uma das medidas mais extremas que elas precisaram tomar para se manterem alimentadas durante a difícil situação. 

Embora os eventos retratados pela série sejam fictícios, vale mencionar que eles foram inspirados por fatos reais. Dois casos específicos marcados pelo canibalismo foram confirmados como inspiração pelos seus criadores, os roteiristas e produtores Ashley Lyle and Bart Nickerson

Caravana Donner 

Em 1840, um grupo pioneiro de estadunidenses formado por duas famílias (os Donner e os Reed) formavam uma grande caravana composta por diversas carroças viajando com destino à porção oeste do território.

Eles não eram os únicos fazendo o trajeto: na época, ocorria um grande fluxo migratório em direção ao oeste dos Estados Unidos. Os Donner e os Reed, no entanto, acabaram se separando do restante dos viajantes ao decidirem pegar um atalho. 

O caminho mais usado para fazer a viagem era mais longo, porém seguro. Já o atalho garantia que os peregrinos chegassem aonde queriam com algumas semanas de adiantamento, porém era mais perigosa. 

Eles escolheram o segundo trajeto, o que se provou um engano fatal. Dos 87 que começaram o percurso, apenas 34 sobreviveram. O caminho alternativo cruzava o inóspito Deserto do Grande Lago Salgado, que é um deserto de sal de dias quentes e noites geladas.

Por conta da dificuldade da travessia, que fazia as carroças lotadas de gente atolarem, a caravana acabou se atrasando em vez de se adiantar, e seus suprimentos se esgotaram. Muitos pereceram devido à fome, à sede e ao frio. Para continuarem vivos, os viajantes recorreram ao canibalismo, precisando se alimentar da carne de seus próprios parentes mortos.


Desastre dos Andes 

As semelhanças entre essa tragédia da vida real e o enredo de Yellowjackets, por sua vez, são ainda maiores. Neste caso, um time de rúgbi uruguaio acabou preso na cordilheira dos Andes em 1972 após seu avião colidir contra as montanhas a caminho de um jogo no Chile. 

+ "Parecia que merecíamos tudo o que estávamos vivendo", diz sobrevivente dos Andes

Foto do local dos destroços do avião / Crédito: Divulgação/ Corpo de Bombeiros do Chile 

Os passageiros que sobreviveram ao acidente precisaram enfrentar temperaturas de até 30 graus abaixo de zero e, dado que estavam em meio a rochas congeladas a 4 mil metros de altitude, um ambiente onde não existia nenhuma planta ou animal à vista, rapidamente ficaram sem comida.

Havia 45 pessoas no voo, mas apenas 16 puderam voltar para suas famílias. Das vítimas, 12 faleceram durante o impacto, e outros 17 nos dias que se seguiram. Segundo revelado pelos que conseguiram se manter vivos, eles acabaram precisando praticar canibalismo como forma evitar a inanição durante os mais de 70 dias que passaram isolados nos Andes

A decisão de usar os corpos de nossos amigos como fonte de energia foi mais simples do que muitos imaginam. Estávamos no fundo do poço, não havia outra alternativa. Estávamos em uma geleira com neve 'eterna' e só havia gelo e pedras. Não havia outro caminho", disse o sobrevivente Roy Harley em entrevista exclusiva ao Aventuras.

A história é ainda mais angustiante quando se leva em conta que os sobreviventes conseguiam ver os aviões militares enviados para resgatá-los sobrevoando o local. Os socorristas, no entanto, não conseguiam enxergar os destroços da aeronave e as pessoas lá embaixo. Após 11 dias, as buscas foram encerradas. 

Para conseguirem ajuda, dois integrantes do grupo precisaram sair da carcaça da aeronave, onde eles estavam se refugiando até ali, e caminhar até algum lugar onde houvesse outras pessoas. Eles atravessaram mais de 38 quilômetros em dez dias, tudo isso sem equipamento para escalada no terreno congelado e com a saúde debilitada.

Finalmente, conseguiram chegar à civilização e as forças armadas chilenas foram notificadas da existência de sobreviventes nos Andes, de forma que o restante do grupo foi resgatado. A dramática situação foi recontada em 'A Sociedade da Neve', sucesso original da Netflix.