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Matérias / Paulo Cupertino

Paulo Cupertino: Relembre o brutal assassinato do ator Rafael Miguel e sua família

Acusado de homicídio triplamente qualificado, Paulo Cupertino enfrenta júri popular a partir desta quinta, 10; relembre o crime contra o ator!

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 10/10/2024, às 18h00

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À esquerda Paulo Cupertino e à direita Rafael Miguel - Reprodução/Polícia Civil e  Reprodução/Arquivo Pessoal
À esquerda Paulo Cupertino e à direita Rafael Miguel - Reprodução/Polícia Civil e Reprodução/Arquivo Pessoal

Nesta quinta-feira, 10, começou o julgamento de Paulo Cupertino Matias, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. O empresário é acusado de homicídio triplamente qualificado, pelo assassinato do ator Rafael Henrique Miguel e de seus pais em 9 de junho de 2019.

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Segundo denúncia do Ministério Público, Cupertino teria agido por ciúmes. Possessivo, ele não aceitava o relacionamento de sua filha, Isabela Tibcherani Matias, de 18 anos, com o ator, que na época tinha 22. 

Fotografia de Paulo Cupertino / Crédito: Divulgação 

Paulo Cupertino enfrenta um júri popular. A expectativa é que seu julgamento dure até amanhã. Relembre o crime que chocou o Brasil e saiba mais detalhes do julgamento!

Ciúme paternal 

Conforme consta na investigação, no dia do crime, Isabela havia saído de casa para se encontrar com Rafael Miguel em uma praça perto da casa da jovem, no bairro de Socorro, na Zona Sul da capital paulista. 

Quando Paulo Cupertino chegou em casa, ele se enfurece ao não ver sua filha e exigiu que sua esposa falasse com ela, pedindo seu retorno imediato ao endereço. Seguindo a ordem, VanessaTibcherani, mãe de Isabela, tentou ligar para a filha, mas não teve retorno. 

Com isso, ela tentou contato com o celular de Miguel, mas o ator havia esquecido o aparelho em sua casa. Quem atendeu a ligação foi a mãe de Rafael, Miriam Selma Silva Miguel, de 50 anos. 

Fotografia do casal / Crédito: Divulgação/ Instagram 

Ela e seu marido, João Alcisio Miguel, de 52, pai de Miguel, foram levar o celular para o filho e aproveitaram para dar uma carona à Isabela. Aquela altura, aponta a CNN, eles sabiam das restrições Cupertino e achavam que poderiam conversar com ele em busca de uma aprovação para o namoro de seus filhos

Segundo os relatos de Isabela, quando ela chegou em casa acompanhada da família do namorado, Paulo atendeu o portão e teria tratado seus sogros de forma ríspida. Cupertino exigiu que a filha entrasse em casa e fechou a porta na cara de Miriam e João

A mãe de Miguel ainda teria pedido para Paulo conversar com eles, mas Cupertino pegou uma arma e disparou 13 vezes contra a família — que faleceu em frente a casa da família. O acusado fugiu do local do crime e só foi preso cerca de três anos depois. 

Conforme noticiado pelo g1, Rafael teria sofrido com sete disparos (um na cabeça, três nas costas, dois no braço esquerdo e um no peito), João por quatro (dois no braço esquerdo, um no direito e outro no peito) e Miriam duas vezes (no peito e no ombro). 

Imagens da câmera de segurança mostram os momentos dos disparos contra a família. A chacina ainda foi testemunhada por Isabela e sua mãe. Cupertino ficou foragido até 17 de maio de 2022, quando foi preso em um hotel em São Paulo. 

Rafael Miguel e seus pais - Arquivo Pessoal

Quando a Polícia Civil o encontrou, ele estava disfarçado e usava uma identidade falsa, com o nome de outra pessoa. As autoridades apontam que Cupertino teria se escondido em outros estados e até mesmo em outros países. 

"Sou inocente"

Quando foi preso, Paulo Cupertino chegou a falar com jornalistas que acompanhavam sua detenção. Na ocasião, recorda o UOL, ele chegou a alegar que era "inocente" e disse que "não matei ninguém". Porém, na delegacia, ficou em silêncio durante seu interrogatório. Desde então, ele está preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Para os sete jurados que participarão do julgamento, a defesa de Cupertino usará a tese de que não foi Paulo quem atirou na família, mas sim outra pessoa. Paulo alega ter visto o responsável pelos disparos, mas não soube identificá-la e tampouco entende sua motivação. 

Ele relata isso para mim", disse o advogado de Paulo, Alexander Neves Lopes, conforme repercutido pelo g1. 

Está será a primeira vez que Cupertino defenderá essa versão, segundo o advogado. Paulo ainda alega que, apesar de ter aparecido nas filmagens, não foi ele quem atirou e só deixou o local por medo. 

"Cupertino... ele nega os fatos. Ele mandou carta [à Justiça] nesse sentido. Então cabe à defesa efetivamente traçar essa argumentação em plenário. Importante elencar que tem provas nesse sentido que corroboram também a versão dele", continuou o advogado. "A defesa, logicamente de forma alternativa, vai, em vertentes, colocar outras teses no plenário com objetivo de diminuição de pena".

Para finalizar, Alexander ainda relatou que Paulo Cupertino teve receio de se entregar à polícia por medo, visto que se trata de um caso de grande repercussão midiática. 

Paulo Cupertino antes do crime, em sua identidade falsificada e quando assumiu identiade falsa - Polícia Civil

Além de Paulo Cupertino, outras duas pessoas também irão a julgamento: tratam-se de Eduardo Jose Machado, de 45 anos, e Wanderley Antunes Ribeiro Senhora, de 59. Eles são acusados pelo Ministério Público de favorecimento à fuga de Cupertino, de quem são amigos. Ambos, porém, respondem o processo em liberdade. 

Cupertino, atualmente com 54 anos, responde por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das três vítimas. Segundo a CNN, ele pode pegar até 90 anos de prisão

As vítimas

Rafael Miguel ficou conhecido desde pequeno na televisão por ter participado de um comercial onde pedia brócolis à sua mãe. Além disso, ele ganhou reconhecimento pelo personagem Paçoca na novela 'Chiquititas', do SBT. O ator também passou pela rede Globo, onde atuou em 'Pé na Jaca', 'Cama de Gato' e no especial de fim de ano 'O Natal do Menino Imperador'. 

No ano seguinte ao crime, Camilla Miguel, irmã mais velha de Rafael e filha de João e Miriam, fez uma publicação em suas redes sociais recordando a perda dos pais. Ela ficou responsável pela guarda da irmã caçula, que era menor de idade quando os crimes aconteceram. 

Conforme a CNN, Camilla apontou que o pai era conhecido por seu carisma e bom-humor que dominavam o ambiente, um típico "velho do pavê". Ela lamentou também o fato do pai ter convivido pouco com seu neto, filho de Camilla, mas ainda assim foi um avô carinhoso e dedicado. 

Já ao recordar a falta de conversar com a mãe, Camilla descreveu Miriam como uma "avó coruja", que adorava passear com a família, era entusiasta de vídeos de maquiagem e tinha o grande sonho de conhecer Orlando ou Nova York.