Exibido pela TV Globo neste sábado, 14, Casa Gucci se baseia na história real de uma das maiores marcas do mundo da moda
A TV Globo exibe neste sábado, 14, o filme "Casa Gucci". Com Lady Gaga e Adam Driver, o longa-metragem se baseia na história do crime real por trás da marca que entrou para os livros de História.
"Patrizia Reggiani é uma moça de origem humilde que tira a sorte grande ao se casar com Maurizio Gucci. Sua ambição fora de controle faz com que essa história de amor termine em assassinato", explica a sinopse do longa-metragem.
Com isso em mente, relembre o crime que chocou o mundo e inspirou o filme de Ridley Scott.
O falecimento de Maurizio Gucci ocorreu de forma trágica e chocante. A trajetória da figura, entretanto, também teve destaque em 1984, quando ele tomou uma decisão audaciosa ao afastar seus três primos — Paolo, Roberto e Giorgio — e seu tio Aldo do conselho administrativo da Gucci, consolidando assim seu domínio sobre a empresa fundada por seu avô, Guccio Gucci, em 1921.
No entanto, o peso das dívidas nos anos seguintes o forçou a vender sua participação a um consórcio de investidores do Bahrein, conhecido como Investcorp, em 1993.
Em meio às dificuldades financeiras da marca, Maurizio e sua esposa, Patrizia Reggiani,oficializaram seu divórcio em 1994. Suas duas filhas adolescentes, Alessandra e Allegra, permaneceram sob a guarda da mãe.
Apesar das tensões familiares, Paola Franchi, uma designer de interiores que começou a namorar Maurizio em 1990, relatou que ele parecia despreocupado nos dias que antecederam sua morte em 27 de março de 1995.
A cena do assassinato se desenrolou nas proximidades do escritório de Maurizio em Milão. No dia fatídico, pouco após as 8h30, ele saiu de seu apartamento para caminhar até o trabalho. Depois, enquanto subia as escadas do edifício localizado na Via Palestro, um homem se aproximou dele.
Armado com uma pistola, o agressor disparou duas vezes contra Maurizio, atingindo-o no ombro e na parte inferior das costas, explica a revista People. O estilista caiu no chão de mármore vermelho após o ataque e recebeu um tiro fatal no rosto antes que o assassino fugisse.
A identidade do mandante do crime só foi revelada em 1997 com a prisão da ex-esposa de Maurizio, Patrizia Reggiani. Embora ela não tenha sido a responsável pelos disparos, foi ela quem arquitetou o plano ao contratar um assassino, repercutiu o Los Angeles Times.
O relacionamento entre Patrizia e Maurizio começou em 1972 quando se casaram aos 24 anos e compartilhavam lares em Milão e Nova Iorque. O casal vivia uma vida luxuosa até que Maurizio decidiu terminar o casamento durante uma viagem a Florença em 1985. Após essa decisão, Patrizia tomou medidas drásticas para recuperar sua posição social.
Após a morte do ex-marido, Patrizia levou uma vida confortável por alguns anos até que um dos cúmplices do crime se gabou sobre seu envolvimento na execução do plano, destaca a revista People, com informações do The Guardian.
O julgamento subsequente resultou na condenação de Reggiani como mentora do assassinato ao lado de quatro cúmplices. Inicialmente sentenciada a 29 anos de prisão, sua pena foi reduzida para 26 anos após apelações; ela foi liberada em 2016 após cumprir 18 anos.
Em uma entrevista concedida ao programa Dateline em 2021, Pina Auriemma, amiga de Patrizia Reggiani, envolvida no crime, revelou que a empresária estava "mais triste e arrependida por perder seu nome" do que pela morte de seu marido.
Segundo informações divulgadas pelo The Guardian, após sua separação, Reggiani não era mais legalmente reconhecida como Gucci e se tornou obcecada pela ideia de que ninguém poderia ocupar seu lugar.
Determinada a impedir que Maurizio se casasse novamente, ela pressionou seus cúmplices contratados para que realizassem o assassinato antes da cerimônia matrimonial entre ele e sua nova noiva.
A execução do plano foi facilitada por um amigo de Auriemma, que organizou a contratação de um assassino. Durante o julgamento, Auriemma testemunhou que Reggiani não suportava a ideia de outra mulher assumir seu lugar como Sra. Maurizio Gucci. Essa possessividade estava atrelada à perda do poder, status e riqueza que ela acreditava ter conquistado.