No próximo dia 18, a Netflix estreia o documentário "Atentado em Oklahoma: Terror nos EUA", que retrata um dos atos terroristas mais devastadores dos EUA
No dia 18 de abril, a Netflix estreia "Atentado em Oklahoma: Terror nos EUA", um documentário impactante sobre um dos atentados terroristas mais devastadores da história dos Estados Unidos. A produção detalha os eventos que culminaram na explosão do Edifício Federal Alfred P. Murrah, em 1995, e as consequências para as vítimas e o país.
O documentário é dirigido pelo cineasta Greg Tillman e produzido por Tiller Russell ("Waco: Apocalipse Americano", "Night Stalker: A Caçada a um Assassino em Série"), junto com os indicados ao Emmy Brian Lovett e Jeff Hasler ("Deadliest Catch", "Waco: Apocalipse Americano").
A produção conta com recriações de cenas de crime, relatos em primeira mão de sobreviventes, socorristas e policiais, além de entrevistas gravadas em áudio com Timothy McVeigh, o responsável pelo ato.
Para entender melhor a tragédia abordada no documentário, confira cinco fatos essenciais sobre o atentado em Oklahoma City.
O ataque em Oklahoma City, ocorrido em 19 de abril de 1995, foi o maior ato de terrorismo doméstico da história americana até os atentados de 11 de setembro de 2001.
A explosão destruiu parte do Edifício Federal Alfred P. Murrah, deixando 168 mortos, incluindo 19 crianças, e mais de 600 feridos. A força da explosão foi tão intensa que destruiu um terço do prédio e causou danos a mais de 300 edifícios ao redor.
O ataque foi planejado e executado por Timothy McVeigh, um ex-soldado do Exército dos EUA. Conforme informações divulgadas pelo site do FBI, ele utilizou um caminhão-bomba carregado com 2.180 kg de explosivos caseiros, compostos por fertilizante de nitrato de amônio, combustível diesel e outros componentes.
McVeigh estacionou o veículo em frente ao edifício e acionou o detonador. O ex-soldado foi auxiliado na logística do ataque por Terry Nichols, um cúmplice que ajudou na obtenção dos materiais explosivos e na preparação do plano.
McVeigh via o governo federal como opressor e tirânico. Sua principal motivação foi vingar o cerco de Waco, ocorrido em 1993, quando agentes do FBI e do ATF (Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos) entraram em confronto com os seguidores da seita Branch Davidians, liderada por David Koresh.
O impasse começou com uma tentativa fracassada das autoridades de executar um mandado de busca por armas ilegais no complexo da seita e resultou em um cerco de 51 dias. O confronto terminou em um incêndio devastador que matou 76 pessoas, incluindo mulheres e crianças.
Para McVeigh e outros extremistas antigoverno, Waco simbolizava o abuso de poder das autoridades federais, e a escolha da data do atentado — exatamente dois anos após o fim do cerco — foi uma declaração clara de retaliação.
Além disso, ele era fortemente influenciado pelo livro "The Turner Diaries", um romance distópico que detalha uma revolta armada contra o governo e serve como um texto fundamental para grupos de extrema-direita.
Horas após o atentado, McVeigh foi parado pela polícia estadual de Oklahoma por dirigir um carro sem placa e foi preso por porte ilegal de arma. No momento, ele não era suspeito do atentado, mas as evidências coletadas posteriormente conectaram-no ao crime, informou o FBI.
A perícia identificou traços dos explosivos em sua roupa, e um recibo de compra de nitrato de amônio encontrado em sua posse ajudou a comprovar sua participação. Além disso, a investigação revelou que McVeigh havia alugado o caminhão-bomba sob um nome falso, mas testemunhas ajudaram a identificá-lo. O FBI, trabalhando com as autoridades locais, rapidamente ligou os pontos e formalizou sua acusação.
Mais tarde, ele foi condenado à pena de morte e sua execução se deu em junho de 2001, quando o terrorista tinha 32 anos, em uma prisão federal no estado da Indiana. Já Nichols foi condenado à prisão perpétua e cumpre sua pena até os dias de hoje no Colorado.
Outra pessoa, Michael Fortier, foi condenada a 12 anos de reclusão uma vez que tinha conhecimento do que Mcveigh planejava fazer e não alertou as autoridades para que o ataque fosse evitado.
O ataque levou a mudanças significativas na segurança nacional dos EUA. O governo endureceu leis antiterrorismo e reforçou a vigilância sobre grupos extremistas domésticos.
O atentado também destacou o perigo das redes de ódio e conspiração que se espalhavam pelo país. Em resposta, foram criadas novas leis para monitorar atividades suspeitas, aumentar a segurança em edifícios públicos e restringir o acesso a materiais explosivos.
Além disso, o atentado de Oklahoma City aumentou a conscientização sobre o terrorismo doméstico e a necessidade de combater a radicalização interna. O atentado continua sendo um dos episódios mais trágicos da história americana, servindo de alerta sobre os perigos da violência política.