Todas postagens com mensagens ofensivas a vereadora assassinada em 2018 devem ser removidas em até 24 horas
A 49ª Vara Cível do Rio de Janeiro determinou que todas as postagens de cunho ofensivo contra Marielle Franco, vereadora carioca assassinada em 2018, devem ser apagadas do Twitter e do Facebook. Acatando parcialmente um pedido da família de Marielle, o descumprimento da ordem pode ocasionar em uma multa de até 500 mil reais por dia.
A decisão foi necessária devido ao teor violento de muitas postagens, muitas apresentando, inclusive, montagens de usuários segurando a cabeça da vereadora.
Segundo a juíza Renata Gomes Casanova, responsável pela decisão, "tais manifestações revelam escarnecimento com o assassinato de um ser humano e constituem agressão à dor da família, em ato de verdadeiro bullying virtual.”
O Facebook declarou não ter sido notificado, mas afirmou que cumpre com as decisões da justiça. Já o Twitter decidiu não comentar sobre o caso.
O caso Marielle
Franco foi uma importante vereadora carioca que dedicou boa parte de sua vida à melhoria e à assistência a membros da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Nesta área, ganhou destaque acadêmico, por seu trabalho na área de sociologia, e político, na Câmara Legislativa.
Muitos grupos a consideravam uma das figuras LGBT mais influente da política brasileira, sendo Marielle uma mulher negra bissexual e singular na esquerda brasileira, por seu trabalho com a corporação policial.
No dia 14 de maio de 2018, Marielle foi brutalmente assassinada com quatro tiros, junto ao seu motorista Anderson Pedro Gomes, num crime que chocou o país. Até agora, as investigações em relação ao assassinato não chegaram a uma conclusão.