Sutton Hoo: capacete sugere conexão entre anglo-saxões e bizantinos

O capacete encontrado no famoso enterro naval de Sutton Hoo, na Inglaterra, pode indicar que guerreiros anglo-saxões atuaram como mercenários no Império Bizantino durante o século VI, de acordo com novo estudo. 

A historiadora medieval Helen Gittos, da Universidade de Oxford, afirmou em entrevista à Live Science que tanto o capacete quanto a cota de malha encontrados no local apresentam características que os ligam a armaduras bizantinas.

Esses itens sugerem que o indivíduo enterrado no navio funerário – possivelmente o antigo rei anglo-saxão Raedwald – poderia ter trazido essas influências culturais e militares após lutar no que era então considerado o Extremo Oriente. A descoberta arqueológica é uma das mais importantes da História.

Embora a cota de malha de Sutton Hoo esteja agora muito deteriorada pela ferrugem, parece ter sido inspirada nos modelos utilizados por soldados do exército bizantino na época.

Já o valioso capacete, ricamente adornado com ouro e joias, possui elementos como protetores de bochecha articulados e um protetor de pescoço – características marcantes de capacetes dos antigos romanos.

Gittos teoriza que, após retornar à Inglaterra, o guerreiro anglo-saxão encomendou uma versão personalizada e decorativa da armadura, que posteriormente foi utilizada em seu enterro.

Implicações

O estudo, publicado em 2 de janeiro na revista The English Historical Review, desafia interpretações anteriores que sugeriam que artefatos como esses eram obtidos exclusivamente por meio do comércio.

Em vez disso, Gittos argumenta que algumas sepulturas e assentamentos ingleses apresentam evidências de que guerreiros anglo-saxões lutaram ao lado do Império Bizantino contra os persas sassânidas.

Essa nova perspectiva lança luz sobre as conexões culturais e militares entre a Inglaterra e o mundo bizantino durante o início da Idade Média, reforçando a importância de Sutton Hoo como um marco histórico e arqueológico.

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