O submersível Titan, que posteriormente sofreu uma implosão fatal, realmente resolveu um mistério do Titanic um ano antes do desastre. Em um vídeo arquivado pela OceanGate, empresa que interrompeu suas operações após o incidente, é revelado o que aconteceu durante uma expedição bem-sucedida aos destroços do famoso transatlântico.
O mistério foi solucionado por Paul-Henri Nargeolet, explorador francês de 77 anos e especialista no Titanic, que foi uma das vítimas do desastre do ano passado. Na década de 1990, Nargeolet havia detectado um sinal de sonar próximo ao naufrágio. A especulação na época era de que o sinal poderia ter sido causado por outro naufrágio ou por uma formação geológica no fundo do Atlântico.
Demorou 26 anos para que a descoberta inicial de Nargeolet fosse explicada. Antes de sua morte, ele visitou os destroços do Titanic com sucesso 37 vezes, incluindo a primeira expedição para recuperação de artefatos, em 1987.
Em 2022, Nargeolet finalmente explorou a estrutura desconhecida e descobriu que se tratava de um grande ecossistema marinho. Graças à janela redonda do Titan, Nargeolet pôde observar de perto o ecossistema. "Não sabíamos o que iríamos descobrir", disse ele.
No sonar, isso poderia ter sido muitas coisas, incluindo outro naufrágio. Sempre quis explorar esse grande objeto que apareceu no sonar há tanto tempo. Foi incrível ver essa formação vulcânica cheia de vida," completou o explorador ao Independent.
A implosão
No vídeo da descoberta, é mencionado que as visitas de submersíveis tripulados ao Titanic permitem que exploradores percebam pequenos detalhes que poderiam passar despercebidos por ROVs (veículos operados remotamente).
No entanto, segundo o The Independent, as frequentes viagens do Titan ao Titanic teriam enfraquecido seu casco de fibra de carbono com o tempo, levando à sua implosão catastrófica em junho passado, que resultou na morte de cinco pessoas: Nargeolet, o bilionário britânico HamishHarding, de 58 anos, o empresário paquistanês ShahzadaDawood, 48, seu filho Sulaiman, 19, e o CEO da OceanGate, StocktonRush.
O uso de fibra de carbono no casco do submersível foi criticado na indústria na época. Agora, especialistas, incluindo o diretor do Titanic, James Cameron, questionam como a OceanGate conseguiu oferecer expedições comerciais ao naufrágio por US$ 250 mil por pessoa. A investigação sobre o acidente está em andamento, com a Guarda Costeira dos EUA confirmando que ainda está na fase de apuração dos fatos.
Um porta-voz disse que não há data prevista para a conclusão e que a fase final incluirá uma audiência pública, com notificação de pelo menos 60 dias de antecedência.
*Sob supervisão;
