Fóssil de mamute que viveu há 50 mil anos foi exibido nesta segunda-feira, 23, na Universidade Federal do Nordeste em Yakutsk
Pesquisadores russos encontraram os restos quase intactos de um filhote de mamute com cerca de 50 mil anos no extremo norte da Rússia. Apresentada nesta segunda-feira, 23, a fêmea foi batizada de "Iana", em homenagem ao rio próximo à área de sua descoberta, na região de Yakutia. O fóssil foi exibido na Universidade Federal do Nordeste em Yakutsk.
"A conservação excepcional deste mamute nos surpreendeu a todos: não há perda de cabeça, tromba, orelhas ou boca, nem danos ou deformações visíveis", destacou Anatoli Nikolaïev, reitor da universidade, em comunicado oficial, de acordo com a AFP.
Iana, possivelmente o mamute mais bem conservado já encontrado, pesa 180 quilos, mede 1,2 metro de altura e quase dois metros de comprimento. A descoberta é celebrada pela comunidade científica como uma oportunidade única de estudar o desenvolvimento dos mamutes, suas adaptações ao ambiente, as condições paleoecológicas de seu habitat e outros aspectos.
De acordo com os pesquisadores, a idade exata do filhote ainda será determinada, mas estima-se que tinha "cerca de um ano ou pouco mais" no momento de sua morte. O corpo foi encontrado na estação de pesquisa de Batagaika, uma área já conhecida por revelar fósseis de animais pré-históricos.
Antes de Iana, apenas seis esqueletos de mamutes haviam sido recuperados no mundo — cinco na Rússia e um no Canadá. Em Yakutia, uma região remota e gelada com área equivalente à da Argentina, o permafrost preserva restos de diversas espécies pré-históricas, principalmente mamutes.
Nos últimos anos, a estação de Batagaika também desenterrou fósseis de cavalos, bisões e até a múmia de um filhote de leão das cavernas, ampliando o entendimento sobre a fauna da era glacial.