Grupo de extrema-direita realizava treinamentos militares para tentar tomar o controle de regiões no leste da Alemanha
Oito suspeitos foram presos pela polícia alemã nesta terça-feira, 5, por supostamente integrarem um grupo terrorista de extrema-direita que realizava treinamentos militares para tentar tomar o controle de regiões no leste da Alemanha por meio de um golpe, além de promover uma "limpeza étnica". Os detidos, com idades entre 21 e 25 anos, são todos cidadãos alemães.
A organização, conhecida como Separatistas Saxônicos, vinha operando desde 2020, segundo o Ministério Público alemão. "É um grupo militante de 15 a 20 indivíduos, cuja ideologia é caracterizada por ideias racistas, antissemitas e parcialmente apocalípticas", afirmou o Ministério Público.
De acordo com as investigações, o grupo acreditava que a Alemanha está à beira de um colapso e treinava para impor à força um novo sistema de governo no leste do país, inspirado no nazismo. Os planos incluíam, se necessário, a expulsão forçada de "grupos indesejados" da região. As informações são do portal DW.
Entre os detidos estão quatro fundadores do grupo, identificados como Joerg S., Joern S., Karl K. e Norman T. Sete dos suspeitos foram presos nas cidades de Leipzig, Dresden e Meissen, no leste da Alemanha, enquanto outro foi detido em Zgorzelec, na Polônia, na fronteira alemã. Aproximadamente 20 propriedades estão sendo revistadas, e há operações de busca também na Áustria.
A organização terrorista teria sido criada em novembro de 2020, por um jovem da cidade de Brandis, com o apoio de outros três membros na época. O grupo continuou a crescer em 2022 e 2023, ampliando sua presença também no ambiente virtual.
Segundo as autoridades, os integrantes do grupo realizavam treinamentos paramilitares que incluíam guerra urbana e manuseio de armas de fogo. Estavam adquirindo equipamentos militares e se preparando para um "Dia X" — uma referência ao conceito do extremista de direita James Nolan Mason, popular na década de 1980, que prevê um suposto colapso do governo, momento em que o grupo estaria pronto para tomar o poder à força.