Após promotor informar que novas evidências do caso são analisadas, parentes dos irmãos Menendez marcaram entrevista coletiva
Parentes de Erik e Lyle Menendez, irmãos condenados à prisão perpétua pelo assassinato dos pais em Beverly Hills há mais de 30 anos, estão se mobilizando para pressionar o promotor do condado de Los Angeles a reavaliar o caso em questão.
Cerca de vinte familiares devem realizar uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 16, em Los Angeles, com o intuito de influenciar a recomendação oficial de reavaliação das sentenças dos irmãos, informa à ABC News.
O advogado de defesa dos Menendez, Mark Geragos, com os familiares, expressou ao ABC News o desejo fervoroso de que os irmãos possam ser libertos a tempo de celebrar o 93º aniversário da tia no próximo Dia de Ação de Graças.
No início deste mês, George Gascón, promotor do distrito de Los Angeles, anunciou que seu escritório passou a revisar novas evidências no caso, que conquistou atenção mundial.
Entre as provas recém-apresentadas, está uma carta escrita por Erik Menendez, que seus advogados afirmam corroborar alegações de abuso sexual cometido por seu pai. Os irmãos alegaram ter assassinado os pais em legítima defesa após anos de abusos físicos, emocionais e sexuais.
Os advogados argumentam que, devido à mudança na percepção social sobre abusos sexuais sofridos por homens, a condenação por homicídio doloso e a sentença de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional talvez não se aplicassem atualmente.
Desde o início, a família sustentava que os irmãos deveriam ter sido acusados de homicídio culposo ao invés de assassinato. No entanto, essa opção não foi apresentada ao júri durante o segundo julgamento, que resultou na condenação por homicídio.
Em 1989, Lyle e Erik Menendez admitiram ter matado seus pais, José e Kitty Menendez. Alegaram temer serem mortos para impedir a revelação do abuso sexual prolongado sofrido por Erik. Na época, os promotores negaram qualquer evidência de abuso, alegando que o motivo era herdar a fortuna dos pais.
Gascón afirmou que a audiência, marcada para novembro, pode originar um novo julgamento ou até mesmo a reavaliação das penas determinadas aos irmãos. No entanto, ele enfatizou que nenhuma decisão foi tomada até o momento.
"Nenhuma dessas informações foi confirmada", disse ele. "Não estamos prontos para dizer que acreditamos ou não nessas informações, mas estamos aqui para dizer que temos uma obrigação moral e ética de revisar o que está sendo apresentado a nós e fazer uma determinação com base em um lado de nova sentença, se eles merecem ser novamente sentenciados — mesmo que eles tenham sido claramente os assassinos — porque eles estão na prisão há anos e pagaram suas dívidas à sociedade. Se houvesse evidências que não foram apresentadas ao tribunal naquele momento, e se essas evidências tivessem sido apresentadas, talvez um júri tivesse chegado a uma conclusão diferente".
