Shinzo Abe faleceu em 8 de julho, durante um evento de campanha eleitoral
Shinzo Abe foi o líder que mais governou o Japão desde o fim da Segunda Guerra, e foi assassinado em 8 de julho durante um evento de campanha eleitoral. Porém, a decisão do governo japonês de manter o funeral de Estado do ex-primeiro-ministro está causando problemas no país.
O culto está agendado para amanhã, 27, na arena Nippon Budokan, no centro de Tóquio, e aguarda mais de 6 mil convidados, incluindo a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e o presidente francês, Emmanuel Macron, assim como os líderes de Austrália, Índia, Vietnã, Camboja e Cingapura.
Em julho, um funeral privado para a família e amigos de Abe foi realizado, no entanto, a decisão de fazer um funeral de Estado para ele gerou críticas generalizadas. O alto custo é um dos principais tópicos discutidos, assim como muitas pessoas apontam estarem sendo forçados a prestar homenagens póstumas a um líder cujos ideais não se alinhavam.
O custo do funeral foi estimado em 250 milhões de ienes (R$ 9,3 milhões), mas logo aumentou para 1,65 bilhão de ienes. Segundo as autoridades, o fornecimento de polícia e segurança custará mais 800 milhões de ienes extras, já a hospedagem de líderes estrangeiros somará 600 milhões de ienes à conta.
De acordo com o Uol, em uma pesquisa recente feita pelo jornal Yomiuri Shimbun, 56% se opuseram a um funeral de Estado para Abe, e somente 38% foi a favor. Além disso, quase 600 cidadãos processaram o governo, alegando que um funeral de Estado para o ex-primeiro-ministro seria uma violação da Constituição, já que “obrigaria o público” a prestar homenagens.
Contudo, o tribunal argumentou dizendo que não há uma base legal que permita um pedido formal que impeça gastos estaduais com um funeral, logo, a petição foi rejeitada pelo tribunal.