Expedição recente promoveu o resgate de sementes do naufrágio, localizado no Lago Huron, na fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá
A escuna James R. Bentley, que naufragou no ano de 1878, repousa atualmente a cerca de 50 metros de profundidade no Lago Huron, na fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá. Em setembro, uma expedição de resgate foi organizada, com o objetivo de recuperar amostras de sementes de centeio, armazenadas no porão do navio.
A iniciativa foi liderada por Chad Munger, fundador da destilaria Mammoth Distilling, que viu nessas sementes uma oportunidade de criar um uísque com um sabor histórico e único. Eric Olson, botânico da Universidade Estadual de Michigan, também se interessou pelo projeto, buscando informações sobre a agricultura do século 19.
De acordo com o portal O Globo, os naufrágios nos Grandes Lagos são conhecidos por sua excelente preservação devido às condições frias e de baixo oxigênio. O historiador Ross Richardson estima que existam cerca de 4 mil naufrágios na região, muitos ainda por serem descobertos. Ele próprio encontrou o Westmoreland, um dos naufrágios mais procurados, em 2010.
Com o apoio de Paul Ehorn, proprietário dos direitos sobre o Bentley, e de mergulhadores experientes, a equipe partiu para a recuperação das sementes. No dia 17 de setembro, eles navegaram até o local do naufrágio e, após cuidadosos mergulhos, trouxeram à superfície amostras do centeio armazenado no porão do navio.
De volta à Universidade Estadual de Michigan, as sementes foram analisadas. Embora nenhuma tenha germinado, Olson conseguiu extrair material genético, que pode ser usado para pesquisas e até para criar novas variedades de centeio utilizando técnicas modernas de edição genética.
No caso de Munger, a busca por ingredientes históricos reflete o compromisso em produzir destilados que ofereçam sabores únicos.