Cenário é contrastante com o do atual governo, que mais do que duplicou o número de integrantes das Forças Armadas em funções públicas
Durante discurso em um evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que dará fim, caso eleito, em uma prática que se tornou comum durante o governo de Jair Bolsonaro: a ocupação de militares em cargos civis.
"Nós vamos ter que começar o governo sabendo que nós temos que tirar quase 8 mil militares que estão em cargos de pessoas que não prestaram concurso. Vamos ter que tirar", disse o petista.
No evento, realizado na tarde da última segunda-feira, 4, Lula ressaltou a importância de traçar um compromisso desde já, caso contrário, a proposta corre o risco de não ser implementada.
Isso não pode ser motivo de bravata, isso tem que ser motivo de construção. Porque se a gente fizer bravata, a gente pode não fazer", declarou.
De acordo com o G1, um levantamento feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que, durante o governo Bolsonaro, a quantidade de militares em cargos civis mais que dobrou em relação ao período em que Michel Temer esteve no poder.
Em 2018, por exemplo, o órgão apontou que 2.765 militares — tanto os ativos quanto os de reserva — ocupavam cargos atuantes no governo. Já em junho de 2020, esse número chegou a 6.157.
O Ministério da Defesa, por sua vez, considerava apenas os considerados ativos, o que diminuía esse número para cerca de 3.000 integrantes das Forças Armadas no governo. A maior parte deste grupo diz respeito ao próprio ministério e também ao Gabinete de Segurança Institucional, o GSI.