Do Inferno ao Planalto, de Andre L Braga se baseia em momentos emblemáticos reais da política brasileira para construir personagem chamado Bolsoy
Já parou para pensar como seria se Adolf Hitler, líder nazista, reencarnasse no Brasil? E para piorar, concorresse à presidente da República? Pensando nisso, o escritor brasileiro Andre L Braga narra esta ficção em sua obra Do Inferno ao Planalto, publicada pela editora Chiado Books.
A história, que utiliza elementos que permeiam fatos históricos e a realidade, se baseia na trajetória do personagem ficcional, Marcus Vinícius Bolsoy, que após seu mandato como vereador, consegue uma vaga como político em Brasília. Durante seu mandado como deputado federal, o político rendeu apenas dois projetos, mas que foram rejeitados, sendo uma das propostas a cura gay.
Entretanto, após discutir e ofender publicamente a deputada Cláudia Salgado, relatora da Comissão Parlamentar de Direitos Humanos, Bolsoy ganha força popular de conservadores e alianças políticas. A partir disso, o personagem principal traça um plano para conquistar o cargo de presidente da República do Brasil.
Com apoio de Priscila, assessora de imprensa, Bolsoy se destaca na mídia e utiliza este meio para propagar sua ideologia extremista e conservadora. Entretanto, vale ressaltar que a obra Do Inferno ao Paraíso não é um estudo ou análise sociológica da política brasileira.
No epílogo da obra, o autor deixa explícito as suas intenções com o livro e adverte os leitores. “Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência”, destaca o autor logo nas primeiras páginas.
No entanto, o impeachment ocorrido em 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff e a operação Lava Jato são elemento reais e momentos relevantes da história brasileira que inspiraram situações no decorrer da obra. Em contrapartida, o desfecho envolvente da trama é puramente ficção.
Confira abaixo alguns trechos da obra Do Inferno ao Planalto, disponível na Amazon:
“E ali então nascia a lenda, o herói do povo. E o povo precisa de heróis, salvadores da pátria, que têm a coragem de dizer tudo aquilo que o povo quer ouvir, tudo aquilo que gostaria de falar, mas que sempre acaba engasgado na garganta, por falta de uma voz que os represente. E o povo precisa sentir-se representado.” (Do Inferno ao Planalto pág. 78)
“Ele deveria se tornar o herói solitário, que compreende os anseios de uma nação e busca o que é de direito ao cidadão de bem. Seu lema seria, a partir daquele momento e até sua eleição à Presidência, lutar pelo bem do Brasil, e por um Brasil para os homens de bem.” (Do Inferno ao Planalto pág. 114)