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Notícias / Irmãos Menendez

Justiça decide nesta sexta futuro dos irmãos Menendez, após 30 anos de prisão

Possível sentença favorável ganha contornos mais complexos diante da oposição do novo promotor do condado, Nathan Hochman, à libertação dos irmãos

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 11/04/2025, às 13h10

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Os irmãos Lyle e Erik Menendez - Divulgação/Netflix
Os irmãos Lyle e Erik Menendez - Divulgação/Netflix

A Justiça de Los Angeles deve decidir nesta sexta-feira, 11, se dará continuidade às audiências para uma nova sentença dos irmãos Erik e Lyle Menendez, condenados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional pelo assassinato dos pais, em 1989.

A decisão ganha contornos mais complexos diante da oposição do novo promotor do condado, Nathan Hochman, à libertação dos irmãos após mais de três décadas atrás das grades.

Condenados quando tinham 18 e 21 anos, Erik e Lyleadmitiram o assassinato de Jose e Kitty Menendez, em sua casa em Beverly Hills. A defesa sempre sustentou que o crime ocorreu após anos de abuso sexual por parte do pai, enquanto a acusação alegou que o motivo foi financeiro — uma herança milionária.

Futuro na prisão

O debate sobre uma nova sentença ganhou força com o então promotor distrital George Gascón, que, antes de perder a reeleição em novembro passado, defendeu que os irmãos tivessem a pena reduzida para 50 anos de prisão

Com essa mudança, eles se tornariam elegíveis para liberdade condicional, já que eram menores de 26 anos à época do crime — critério relevante segundo a legislação da Califórnia.

Contudo, o novo promotor, Nathan Hochman, entrou com uma moção no mês passado para retirar o pedido de nova sentença, alegando que os irmãos nunca admitiram as contradições de suas versões e não demonstraram total responsabilidade pelo crime. 

Cabe agora ao tribunal decidir se aceita a retirada do pedido e, caso o faça, se seguirá com as audiências de nova sentença marcadas provisoriamente para os dias 17 e 18 de abril.

Caso turbulento

A postura de Hochman representa um revés importante para os irmãos, que contavam com o apoio do promotor anterior. A relação do novo promotor com a família Menendez também se deteriorou

A maioria dos parentes defende a revisão da pena. Milton Andersen, único membro da família contrário à libertação e irmão de Kitty Menendez, faleceu no mês passado.

Tamara Goodall, prima dos irmãos, chegou a apresentar uma queixa formal ao Estado pedindo a remoção de Hochman do caso, alegando parcialidade e um comportamento hostil e intimidador durante reuniões com a família. Ela também acusou o promotor de violar direitos previstos em lei para as vítimas e seus familiares.

Os advogados de defesa alegam que a tentativa de reverter o pedido de nova sentença tem motivação política. Eles questionam se Hochman tem razões legítimas para essa mudança ou se está apenas seguindo um novo alinhamento ideológico. 

A defesa também destacou que Hochman afastou os promotores Nancy Theberge e Brock Lunsford — responsáveis pelo pedido inicial de revisão da pena —, que agora processam o promotor por assédio, discriminação e retaliação.

Erik e Lyle não apenas assumiram a responsabilidade, como se tornaram o tipo de homem que este sistema deveria ajudar a criar. Se a reabilitação não importa aqui, quando importa?", declarou Anamaria Baralt, prima dos irmãos, em nota à imprensa.

O gabinete de Hochman, por sua vez, negou qualquer motivação política, reafirmando que os irmãos forjaram a versão de legítima defesa e não demonstraram reabilitação suficiente.

Outras possibilidades

Mesmo que a nova sentença não avance, os irmãos ainda contam com duas alternativas legais para buscar a liberdade: um pedido de clemência encaminhado ao governador da Califórnia, Gavin Newsom — que já determinou que o conselho estadual de liberdade condicional avalie se os irmãos representam risco à sociedade — e um pedido de habeas corpus apresentado em maio de 2023, com base em novas provas. 

Este último também enfrenta resistência do gabinete de Hochman, que apresentou moção contrária.