Italiano conseguiu que sua família entrasse para a nobreza por meio de uma série de falsificações de documentos
Um grupo de pesquisadores descobriu, ao analisar um documento preservado na Faculdade de Letras da Universidade de Göttingen, na Alemanha, evidências de uma falsificação histórica.
Supostamente datado de 1266, o texto revelou-se uma obra do falsificador italiano Domenico Cicci, que viveu no século 18. A investigação, divulgada em 19 de novembro, apontou que Cicci criava documentos manipulados para favorecer a entrada de sua família na nobreza.
A equipe encontrou o texto enquanto buscava itens para o museu universitário Forum Wissen. O documento, redigido em italiano — um fato incomum, já que registros da época eram majoritariamente em latim — chamou atenção.
Usando análise multiespectral para decifrar o conteúdo, os pesquisadores identificaram inconsistências significativas. Entre elas, a menção a uma igreja de Pisa construída no século 14, apesar de o texto afirmar ser do século 13.
“Essa falsificação do século 18 por um falsificador italiano quase levou os historiadores ao caminho errado: poderia ter resultado na redatação da igreja, por exemplo”, comentou Boris Gübele, historiador da universidade, de acordo com informações do portal Galileu. Ele destacou que muitas falsificações de Cicci podem ainda estar em arquivos não examinados.
Cicci, que viveu entre 1858 e 1930, é responsável por mais de 200 documentos falsificados atribuídos à Idade Média, retratando seus antepassados como figuras ilustres para sustentar o ingresso da família na nobreza.
Na época, o processo burocrático para integrar a aristocracia italiana exigia provas documentais dos privilégios ancestrais, algo que Cicci conseguiu fabricar com sucesso.
