Cinco anos após o incêndio que atingiu a Catedral de Notre-Dame de Paris, a Coroa de Espinhos de Jesus Cristo retornará à igreja
Cinco anos após o incêndio que atingiu a Catedral de Notre-Dame de Paris, a Coroa de Espinhos de Jesus Cristo retornará à igreja e será apresentada ao público em uma cerimônia especial na próxima semana.
Considerada por muitos cristãos como a verdadeira coroa usada por Jesus durante sua crucificação, a relíquia foi trazida da Terra Santa para a França pelo rei Luís IX no século XIII. Em 1239, a coroa chegou a Paris em um grandioso cortejo, liderado pelo próprio monarca, que a carregou descalço como gesto de devoção.
Segundo o site The Conversation, para a população da época, o evento simbolizava a bênção divina sobre o reino e fortalecia a conexão espiritual entre Paris e Jerusalém. A coroa permaneceu por séculos na Sainte-Chapelle, até ser transferida para a Notre-Dame em 1803, onde passou a ser exibida como um valioso tesouro sagrado.
Durante o incêndio de 2019, a Coroa de Espinhos esteve a um passo de ser perdida, mas foi salva graças à ação heroica do capelão Jean-Marc Fournier e do capitão Franck. Escondida em um cofre protegido por senha, a relíquia foi localizada e retirada com segurança.
Após o incêndio, a coroa foi mantida em segurança no Hôtel de Ville. Em 2022, com a flexibilização das restrições da pandemia, a relíquia foi exibida em ocasiões especiais na igreja de Saint-Germain L’Auxerrois, próxima à Notre-Dame. Recentemente, o item fez parte de uma exposição no Museu do Louvre, que reuniu mais de 120 itens do tesouro da catedral.
Na próxima sexta-feira, 13, a Coroa de Espinhos será colocada em seu relicário dourado, projetado em 1896, que agora brilha contra um fundo azul ultramarino, evocando a estética da Sainte-Chapelle. O nicho da relíquia também recebeu uma nova tela de fundo, adornada com 396 contas de vidro cintilantes, repercute o site.
A cerimônia contará com a participação dos Cavaleiros do Santo Sepulcro e incluirá um desfile inspirado no cortejo original de São Luís, marcando um novo capítulo na história da coroa e reafirmando seu papel como símbolo de fé e patrimônio cultural de Paris.