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Notícias / COP30

Construção de nova rodovia na Amazônia gera polêmica antes da COP30; entenda!

Obra de 13 km apresentada como uma solução para a mobilidade urbana vem despertando alertas de cientistas e defensores do meio ambiente

por Giovanna Gomes
ggomes@caras.com.br

Publicado em 15/03/2025, às 10h03

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Na imagem, a Floresta Amazônica - Getty Images
Na imagem, a Floresta Amazônica - Getty Images

A construção de uma nova rodovia de quatro faixas na Amazônia tem dado o que falar. A estrada, que ligará áreas de floresta protegida à capital paraense, Belém — sede da COP30 em novembro —, vem gerando polêmica entre autoridades, moradores e ambientalistas.

Apresentada pelo Governo do Pará como uma solução para a mobilidade urbana, a obra de 13 km atravessa uma região de vegetação densa, despertando alertas de cientistas e defensores do meio ambiente. Segundo eles, a rodovia pode fragmentar o ecossistema local e ameaçar a fauna da área, como informou a BBC News.

Para a veterinária Silvia Sardinha, especialista em vida silvestre, a estrada compromete a reintegração de animais resgatados e reduz o espaço para reprodução das espécies.

De acordo com o site da TV Cultura, além das preocupações ambientais, moradores relatam impactos sociais. Cláudio Verequete, que morava e trabalhava na região colhendo açaí, conta que perdeu sua fonte de renda com a retirada das árvores. Ele também teme futuras desapropriações por causa da expansão urbana.

Por outro lado, comerciantes veem na obra uma oportunidade para aquecer a economia local, com a previsão de chegada de milhares de visitantes para a COP30. Paralelamente à construção da rodovia, outras obras de infraestrutura estão em andamento, como a ampliação do aeroporto e a criação de um parque urbano.

O governo estadual ressalta que o projeto da rodovia já estava previsto antes da escolha de Belém como sede da conferência climática e garante que a via terá ciclovias, iluminação solar e passagens para a fauna. Ainda assim, o debate sobre os impactos ambientais e sociais da estrada segue intenso.

Nota do Governo do Pará

"A obra da Avenida Liberdade não está derrubando a floresta, não envolve a retirada de moradores e não faz parte do pacote de investimentos federais e estaduais para a COP 30. O rito de licenciamento ambiental foi rigorosamente cumprido, inclusive com audiências públicas para ouvir as comunidades e discutir mitigação de riscos, que condicionam todo o licenciamento.

As comunidades estão sendo beneficiadas com infraestrutura e serviços que vão resultar em melhora da qualidade de vida. A avenida é um projeto antigo e está sendo construída em uma área já antropizada, por onde passa um linhão de energia. O traçado segue justamente a faixa onde a vegetação foi anteriormente suprimida.

O Governo do Pará está implementando diversas soluções estratégicas para assegurar a sustentabilidade da via, incluindo a construção de ciclovias, a utilização de energia solar para sua iluminação e a implantação de 34 passagens de vida silvestre ao longo do percurso para permitir o livre tráfego da fauna local.

A avenida de cerca de 13 km é uma importante obra de mobilidade para a Região Metropolitana de Belém, vai beneficiar mais de 2 milhões de pessoas e foi licitada antes mesmo de Belém ser definida como sede da conferência. Esse projeto não faz parte do pacote de investimentos para a COP, que contempla cerca de 30 obras estruturantes desenvolvidas pelo governo do Estado."