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Notícias / Arqueologia

Cidade medieval perdida no Uzbequistão é descoberta

Arqueólogos descobrem, por meio de tecnologia LiDAR, dois grandes assentamentos urbanos nas terras altas do país; entenda!

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 24/10/2024, às 15h30

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Cidade perdida no Uzbequistão - Reprodução/Vídeo/YouTube/Nature
Cidade perdida no Uzbequistão - Reprodução/Vídeo/YouTube/Nature

Em meio às paisagens verdejantes e montanhas imponentes do Uzbequistão, um segredo milenar foi desvendado. Utilizando a revolucionária tecnologia LiDAR, capaz de mapear o terreno através de laser, arqueólogos revelaram duas cidades medievais que permaneceram ocultas por séculos, sob pastagens verdejantes.

A descoberta, publicada na revista Nature, desafia as noções convencionais sobre a vida nas montanhas e a ocupação da Rota da Seda. As cidades, localizadas a mais de 2 mil metros acima do nível do mar, eram verdadeiros centros urbanos, com torres de vigia, fortalezas, edifícios complexos, praças e caminhos, sugerindo uma população que poderia chegar a dezenas de milhares de pessoas.

A vida nessas altitudes era, sem dúvida, um desafio. Os invernos rigorosos e as condições climáticas extremas tornavam a existência nessas cidades uma verdadeira proeza. "Esta é a terra dos nômades, a terra dos pastores. É uma periferia, no que diz respeito à maioria das pessoas", afirma Michael Frachetti, antropólogo e principal autor da pesquisa, à CNN.

A descoberta dessas cidades medievais em regiões montanhosas é surpreendente, pois até então, assentamentos como Machu Picchu eram considerados exceções devido à dureza da vida em grandes altitudes. No entanto, as novas evidências sugerem que a ocupação de áreas montanhosas era mais comum do que se imaginava.

"É um ambiente muito diferente lá em cima. Já é inverno lá. Faz um frio congelante. Nós pegamos neve no verão", afirma Frachetti.

Os pesquisadores acreditam que a localização estratégica dessas cidades estava ligada à abundância de minério de ferro na região, um recurso altamente valorizado na época. Além disso, as montanhas ofereciam proteção natural contra invasores, tornando-as locais ideais para a construção de assentamentos.

"Toda a região está situada sobre um bem altamente valorizado na época, que é o ferro, e também é densa em floresta de zimbro, que teria fornecido combustível (para a fundição)", disse o antropólogo.

A equipe arqueológica iniciou escavações preliminares para desvendar os mistérios dessas cidades perdidas. A análise dos artefatos encontrados e a datação dos edifícios permitirão reconstruir a história dessas comunidades e compreender os motivos que levaram ao seu abandono.

Rota da Seda

A descoberta dessas cidades altera significativamente a compreensão da Rota da Seda. Tradicionalmente, os estudos sobre essa antiga rede comercial se concentravam em grandes oásis e cidades localizadas em planícies. As novas evidências demonstram que a Rota da Seda era muito mais complexa e que as montanhas também desempenharam um papel fundamental nesse sistema de troca.

Foto
Cidades perdidas da Rota da Seda - YouTube/Nature

"Sítios urbanos em grandes altitudes são extraordinariamente raros no registro arqueológico devido a um conjunto único de desafios de paisagem e demandas tecnológicas que devem ser superados para que as pessoas formem grandes comunidades em áreas montanhosas", disse Zachary Silvia, pesquisador associado, em um comentário publicado junto com o estudo.

Segundo a CNN, os pesquisadores esperam que futuras pesquisas possam revelar ainda mais segredos sobre essas cidades perdidas e sobre a vida nas montanhas durante a Idade Média.

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