Com homenagens capitaneadas pelo papa Francisco, o antecessor do cargo máximo do catolicismo foi sepultado após 5 dias do óbito
Após grandiosa cerimônia de despedida, acompanhada por milhares de fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano, o funeral do papa emérito Bento XVI, que morreu no último dia do ano de 2022, se encerrou nesta quinta-feira, 5, com ele sendo enterrado no mesmo local onde os papas João XXIII e João Paulo I foram sepultados.
O funeral foi conduzido pelo atual opupante do cargo máximo do catolicismo, o papa Francisco, encerrando a rara condição onde existiam dois papas vivos no planeta. No local, ele presidiu as homenagens de Joseph Ratzinger, de origem alemã. A polícia italiana estima que ao menos 50 mil pessoas passaram no local nos cinco dias de cerimônia.
O número chama atenção pelo fato de ter sido quase dez vezes menor do que em 2005, quando o papa João Paulo II, então papa vigente, faleceu e reuniu, no mesmo local, aproximadamente 500 mil pessoas, como informa o portal de notícias G1. O de Bento XVI, no entanto, contou com uma estrutura funerária mais moderna.
Joseph Ratzinger deixou para trás um testamento espiritual que foi divulgado no site oficial do Vaticano. Vale enfatizar que a última mensagem do religioso para os fiéis, foi, na verdade, escrita em 2006, quando a pontífice só havia passado um ano liderando a Igreja. Entre suas linhas, Bento XVI inclui um pedido de desculpas, confira:
Rezo para que a nossa terra permaneça uma terra de fé e vos peço, queridos compatriotas: não vos distraiais da fé. E finalmente agradeço a Deus por todo o belo que pude experimentar em todas as etapas do meu caminho, especialmente, porém, em Roma e na Itália, que se tornou a minha segunda pátria. A todos aqueles que de algum modo tenha cometido um erro, peço perdão de coração", disse ele em sua despedida.
O papa emérito usou seu testamento ainda para enfatizar a necessidade dos católicos permanecerem "firmes em sua fé" diante da ciência, que "com frequência" pareceria "oferecer resultados irrefutáveis". Em resposta a essa ideia, Ratzinger afirmou pensar que, na verdade, o "diálogo com a ciência" seria positivo por ajudar a delinear a "especificidade" do papel da religião.
É no diálogo com as ciências naturais que também a fé aprendeu a compreender melhor o limite do alcance de suas afirmações e, portanto, a sua especificidade", observou.