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Notícias / Tecnologia

18% das pessoas tratam chatbots com educação por medo de revolução das máquinas

Pesquisa revela que a maioria dos usuários trata a IA com cortesia, mas nem sempre por bons motivos; entenda!

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 05/03/2025, às 14h05

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Cena de 'O Exterminador do Futuro' - Divulgação
Cena de 'O Exterminador do Futuro' - Divulgação

A inteligência artificial tornou-se parte integrante de nossas vidas, com chatbots, como o ChatGPT, assumindo o papel de ferramentas essenciais. No entanto, a maneira como interagimos com essas máquinas revela nuances surpreendentes de nossa relação com a tecnologia. Uma pesquisa recente demonstrou que a maioria dos usuários adota uma postura educada ao se comunicar com assistentes virtuais.

Em dezembro de 2024, a Future, empresa por trás do TechRadar, realizou um estudo com mais de mil participantes nos Estados Unidos e no Reino Unido. A pesquisa investigou os hábitos de interação com chatbots e revelou que aproximadamente 70% dos usuários adotam uma postura educada ao se comunicar com a inteligência artificial.

A pesquisa revelou que, nos Estados Unidos, 67% dos participantes utilizam termos como "por favor" e "obrigado" ao se comunicarem com a IA. No Reino Unido, essa porcentagem foi ainda maior, atingindo 71%. Esses resultados indicam um aumento da cortesia em relação a estudos anteriores, sugerindo que as pessoas estão se tornando cada vez mais educadas ao interagir com a inteligência artificial.

Apesar da maioria dos usuários se mostrar educada ao interagir com a IA, os motivos por trás dessa cortesia variam. A grande maioria, cerca de 82% nos Estados Unidos e 83% no Reino Unido, afirma que a educação é um hábito e uma convicção. Para essas pessoas, ser educado é um comportamento natural, independentemente de estarem falando com outro ser humano ou com um chatbot.

Uma parcela considerável dos usuários revelou uma motivação surpreendente: o temor de uma possível rebelião das máquinas. Nos Estados Unidos, 18% dos participantes confessaram que adotam uma postura educada com a IA por medo das consequências futuras. No Reino Unido, essa porcentagem foi de 17%.

Preocupação

A princípio, a ideia de que grosseria com a IA possa acarretar problemas futuros pode parecer descabida. Entretanto, a origem dessa preocupação é compreensível. Filmes como 'O Exterminador do Futuro' retratam máquinas que se rebelam contra a humanidade após desenvolverem consciência. Jogos como 'Detroit: Become Human' e 'Mass Effect' exploram cenários semelhantes, onde a forma como tratamos a IA pode influenciar seu comportamento no futuro.

Segundo o 'Gizmodo', mesmo sem uma influência direta dessas obras, algumas pessoas preferem "não arriscar". Afinal, se a IA continuar evoluindo e se tornando cada vez mais próxima da cognição humana, será que um dia ela lembrará como foi tratada?

Apesar da maioria dos usuários demonstrar cortesia ao interagir com a IA, cerca de 30% não veem necessidade nisso. Os motivos variam, mas se concentram em dois grupos principais. Primeiramente, a praticidade é um fator determinante: aproximadamente dois terços dos usuários que não utilizam termos educados justificam sua escolha pela preferência por interações rápidas e diretas, argumentando que adicionar "por favor" ou "obrigado" apenas prolonga o processo.

Em segundo lugar, a indiferença também se destaca, com o restante dos usuários não encontrando sentido em tratar a IA com cortesia, uma vez que a consideram um ser não consciente que não se importa com boas maneiras.

Necessidade?

A necessidade de ser educado com a inteligência artificial gera debates entre especialistas. Ben Wood, analista da CCS Insight, por exemplo, defende que incentivar a polidez ao interagir com assistentes virtuais pode contribuir para a manutenção de bons hábitos na comunicação interpessoal.

Em 2018, a Amazon implementou um recurso em seus assistentes de voz com o objetivo de incentivar as crianças a utilizarem as expressões "por favor" e "obrigado". A iniciativa visava prevenir que a interação com a inteligência artificial influenciasse negativamente a forma como as crianças se dirigiam às pessoas em seu cotidiano.

AJ Ghergich, especialista da Botify, apresenta um ponto de vista diferente, argumentando que a cortesia ao interagir com a IA pode, na verdade, otimizar seu desempenho. Segundo um estudo mencionado pela Forbes, comandos educados podem aumentar a precisão das respostas da IA em até 30%.

Contrariando essa visão, alguns especialistas discordam.John-Anthony Disotto, editor de inteligência artificial do TechRadar, por exemplo, expressa surpresa com a quantidade de pessoas que tratam a IA com cortesia. Para ele, esse comportamento reflete um "medo do desconhecido" e uma ansiedade em relação ao futuro da tecnologia, alimentada por décadas de obras de ficção científica.