Conjunto internacional reuniu notícias que denunciavam afirmações absurdas e conspiratórias a respeito da doença
Para estudar os efeitos de uma pandemia em um mundo globalizado e conectado à internet, uma equipe internacional de cientistas sociais, doutores e epidemiologistas analisaram conteúdos em redes sociais, jornais e televisão e descobriram que mais de 2 mil teorias da conspiração e rumores foram criados em cima da Covid-19.
Essas informações falsas tiveram efeitos práticos na vida real. Por exemplo, uma teoria de que consumir álcool concentrado matava o coronavírus por dentro resultou em mais de 5.900 hospitalizações, 800 mortes e 60 casos de cegueira por envenenamento por metanol.
No estudo publicado pelos autores, eles afirmam que "a desinformação alimentada por rumores, estigmas e teorias da conspiração pode ter implicações potencialmente sérias no indivíduo e na comunidade se for colocada sobre diretrizes baseadas em evidências e comprovação científica".
Foram encontradas mais de 2.300 denúncias com conteúdos desse tipo em 87 países diferentes em mais de 25 línguas. O levantamento ainda aponta a maior parte deles sendo composto por rumores e constatações não comprovadas acerca da doença (89% deles), em seguida das teorias da conspiração (8% desse conteúdo).