Em 2011, o então primeiro-ministro da Rússia alegou ter encontrado artefatos gregos durante um mergulho — mas muitos reagiram à notícia com desconfiança
Redação Publicado em 15/03/2023, às 17h57
Após um mergulho casual no Mar Negro em agosto de 2011, Vladimir Putin, que então ocupava o cargo de primeiro-ministro da Rússia, teria voltado à superfície segurando duas ânforas gregas datadas do século 6 a.C, que consistem em vasos antigos.
"Os rapazes e eu os encontramos", afirmou o político em roupa de mergulho às câmeras durante uma filmagem da época. A gravação foi transmitida em tom elogioso pelos veículos de imprensa controlados pelo Kremlin.
Por coincidência, a aparente descoberta arqueológica de Putin ocorria apenas alguns meses antes das próximas eleições presidenciais da nação — o que imediatamente fez muitos desconfiarem que o achado histórico não passava de uma farsa que visava melhorar sua imagem junto ao público.
Uma das características apontadas pelos céticos era o fato que as relíquias estavam muito "limpas", isso é, sem musgo, lama ou quaisquer outras indicações que haviam passado séculos enterradas na areia.
Esse e outros aspectos foram explorados, por exemplo, pelo jornal russo Novaya Gazeta, que relatou a notícia em tom sarcástico:
Mergulhando no golfo de Taman, o primeiro-ministro russo encontrou imediatamente duas ânforas que o esperavam desde o século VI a.C. a uma profundidade de dois metros. Ele teve sorte: no mesmo lugar, nos últimos dois anos, arqueólogos e mergulhadores da Academia Russa de Ciências conseguiram encontrar apenas alguns fragmentos de cerâmica", disse o veículo, segundo repercutido pelo The Guardian.
Naquele mesmo período, teriam havido diversas iniciativas semelhantes que pareciam buscar elevar a reputação de Vladimir Putin diante da população russa, incluindo fotografias em que ele treina judô, pilota uma moto da marca Harley Davidson, cavalga e pesca sem camisa em um lago.
Não foi, aliás, a primeira ou a última vez que essa estratégia seria empregada: é possível encontrar fotos do líder russo engajando em esportes e atividades ao ar livre datadas de diversos momentos de sua carreira política.
Em outubro, dois meses após o suposto achado histórico, Dmitry Peskov, que é o principal porta-voz do líder do Kremlin, abordou a situação em uma entrevista à emissora televisiva Dozhd:
Olha, Putin não encontrou lá embaixo jarros que estavam lá por muitos milhares de anos. É óbvio. É claro que eles foram encontrados durante uma expedição várias semanas ou dias antes. Claro que foram deixados ou colocados lá. É completamente normal. Não há razão para se vangloriar sobre isso e tudo mais", afirmou o representante do então primeiro-ministro, confirmando assim as desconfianças de que a história toda havia sido armada.
Confira abaixo o vídeo de 2011 que mostra a "descoberta" de Vladimir Putin:
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