A capa de Virgin Killer após a censura - Divulgação
Música

Virgin Killer: a capa banida do álbum do Scorpions que estampou uma menor de idade sem roupas

A polêmica foi tão grande que a gravadora teve de refazer a capa para conseguir vender o disco no mercado internacional

Wallacy Ferrari Publicado em 04/03/2020, às 17h44

Em 1976, a banda alemã Scorpions atraía, pela primeira vez, a atenção da mídia fora da Europa. O conjunto lançava Virgin Killer, o quarto disco de hard rock. Entretanto, o foco nas guitarras, distorções e gritos presentes nas músicas da banda não foram notáveis em comparação a polêmica que a arte da capa recebeu.

No encarte original, a capa do disco mostrava uma menina nua, de dez anos, sentada no chão em um fundo preto. Sua genitália, que ficaria numa posição de exposição devido a forma que a modelo estava sentada, era coberta por uma rachadura de vidro, adicionada digitalmente. Por mais que sua vagina estivesse impossibilitada de ser vista, a figura foi suficiente para a atenção negativa.

A imagem foi manipulada digitalmente por Steffan Böhle, que era gerente de produto na gravadora RCA, responsável pela distribuição do disco, e fotografada por Michael von Gimbut. Em entrevista ao Metal Rules, o então baixista da banda, Francis Buchholz, afirmou que a modelo se tratava da filha de Steffan.

A projeção obtida com a polêmica alavancou o status da banda / Créditos: Getty Images

 

De acordo com os membros, a postura adotada em relação a propagação da imagem era relacionar o impacto da imagem com as letras, porém, a recepção negativa fez a banda recuar. A polêmica fez as exportações do álbum para os Estados Unidos e Reino Unido serem cobertas por um plástico preto que só possibilitava a identificação do nome do álbum.

Em outros países, como Brasil, Itália e França, nem ao menos teve a capa aceita pelas filiais das gravadoras antes de ser importados, obrigando a banda a fazer uma segunda versão da capa. Na segunda versão, uma simples foto com a mesma identidade visual, substitui a modelo pelos membros da banda.

A capa foi mal recebida, entrando em diversos rankings de “piores capas de álbuns” de todos os tempos, estando, na maioria das vezes, ocupando a primeira colocação da lista. As músicas, entretanto, receberam boas críticas especializadas, dando abertura para a inserção comercial da banda na grande mídia. O grupo aproveitou a divulgação e manteve o padrão de capas impactantes nos trabalhos seguintes, mas sem a mesma projeção polêmica.

Em entrevista ao Sueddeutsche, em 2008, o guitarrista Rudolf Schenker manifestou a repressão da obra: “Nunca mais faríamos algo assim”. O fotógrafo, no mesmo ano, fez questão de esclarecer que fez o ensaio junto a sua esposa e a modelo estava acompanhada da mãe e sua irmã: “Naquela época, amávamos e protegíamos as crianças ao invés de dormirmos com elas”.


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