Tom corria no percurso sul-africano de Fórmula Um, em 1977, quando se deparou uma série de eventos trágicos
Caio Tortamano Publicado em 31/07/2020, às 10h42
O piloto britânico Tom Pryce tinha tudo para acumular uma vitória no Grand Prix da África do Sul, em 1977, depois de ter feito o melhor tempo durante as qualificatórias da corrida.
Com 1 minuto e 31 segundos na liderança, o ousado corredor tinha feito um tempo melhor que Niki Lauda, que ocupou o segundo lugar, e era um dos maiores nomes da Fórmula 1 naquele ano.
O piloto começou a corrida de péssima maneira, ficando em último lugar depois da largada, mas na volta 18 já havia saltado da posição 22 (última) para a 13. Na volta 22, porém, um companheiro de equipe do britânico, Renzo Zorzi, começou a ter problemas em seu carro, que estava jogando gasolina para o motor.
Em pouco tempo, o automóvel foi dominado pelo fogo, e Zorzi não conseguiu sair imediatamente por conta do tubo de oxigênio ligado no capacete, que estava o prendendo. Dois auxiliares da corrida foram imediatamente ajudar o piloto, o mais jovem deles, chamado Frederik Jansen van Vuuren, de 19 anos, estava com um extintor de incêndio em mãos.
A norma para esse tipo de acontecimento ditava que somente dois auxiliares deveriam atuar no combate ao fogo, e caso não fosse suficiente com apenas um extintor, uma nova dupla estava de prontidão para ajudar com o carro. Porém, a ação dos solícitos ajudantes não havia sido autorizada pelo controle da prova. Rapidamente atravessaram a pista correndo.
Acidente
A tragédia estava premeditada. Enquanto o jovem de 19 anos, com um extintor de 18 quilos nas mãos, corria para salvar o piloto em chamas, os carros de Hans-Joachim Stuck e Pryce vinham em sua direção. Tom, entretanto, estava atrás de Stuck e em alta velocidade para tentar uma ultrapassagem, visando recompensar as posições perdidas.
Hans conseguiu desviar dos auxiliares, mas o britânico não. Em uma velocidade de 270 quilômetros por hora, o carro atingiu o jovem, que foi lançado ao ar e caiu justamente na frente do automóvel de Zorzi. Em um estado crítico, seu corpo foi mutilado pelo veículo do veloz piloto.
Já Pryce sofreu com o extintor que estava sendo carregado pelo falecido auxiliar, que esmagou o seu crânio imediatamente. A força foi tamanha que o objeto simplesmente passou por cima da arquibancada que estava de frente para o acidente, parando em um carro parado no estacionamento.
Consequências
Por mais que o impacto tenha sido mortal, a morte de Tom não foi instantânea, e o carro dele, um Shadow DN8, continuou acelerando pela reta principal — onde ficava o ponto de chegada. O veículo bateu com força em uma saída de emergência e voltou novamente para a pista.
Nesse momento, ele colidiu com um terceiro carro, o de Jacques Laffite, fazendo com que os dois batessem de frente nas barreiras da pista. Felizmente nada aconteceu com Laffite.
A morte do britânico foi sentida por todos que o conheciam, especialmente sua esposa Nella — o corpo do marido foi enterrado no mesmo local onde casaram, em uma igreja em Otford, na Inglaterra. O ganhador da corrida em questão foi Niki Lauda, curiosamente, foi a primeira vitória depois de um trágico acidente que desfigurou o seu rosto.
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