Os ossos do religioso foram encontrados no ano de 2014, em Tóquio
Redação Publicado em 11/12/2021, às 09h00
Cientistas encontraram, no ano de 2014, o esqueleto do último sacerdote cristão a entrar no Japão após a proibição religiosa, no século 18: Giovanni Battista Sidotti. A confirmação, porém, veio somente dois anos depois, após inúmeras análises, as quais foram conduzidas pelo Museu Nacional da Natureza e Ciência de Tóquio.
Na época, o prefeito de Bunkyo Ward, Hironobu Narisawa, anunciou a descoberta por meio de entrevista coletiva realizada no dia 4 de abril. "A probabilidade de [os ossos] serem do padre Sidotti é alta", disse Narisawa na ocasião.
Os ossos foram encontrados no mês de julho de 2014, quando três túmulos foram desenterrados em um canteiro de obras.
De acordo com informações do UCA News, em reportagem de 2016, entre os anos de 1646 e 1792, o local funcionou como uma prisão para aqueles que professavam a fé cristã, fato que chamou a atenção dos pesquisadores.
Nascido na Sicília em 1668, Sidotti foi um padre diocesano de Roma que decidiu viajar ao Japão com o objetivo de auxiliar cristãos que estavam sendo perseguidos no território.
Ele chegou no sul do país, em Yakushima, no ano de 1708, após uma breve passagem por Manila. Lá, acabou sendo preso, já que era claro para todos que ele não era japonês.
Após certo período em Nagasaki, em 1709, o sacerdote foi enviado para Edo, atual região de Tóquio, onde ficou encarcerado em uma prisão para cristãos.
Durante algum tempo, ele foi o único interno no local. Lá, chegou a ser interrogado quatro vezes pelo famoso político e acadêmico Hakuseki Arai.
Foi com base nessas entrevistas que Arai escreveu uma obra em três volumes chamada Seiyo Kibun (relatórios do Ocidente) que, até meados do século 19, foram a principal fonte de informações sobre o Ocidente, bem como sobre o Cristianismo, entre os japoneses.
Por mais que Arai desejasse que Giovanni Sidotti fosse exilado, a lei do período não permitia tal ação, de modo que o o religioso teve de ser mantido no local.
Segundo o UCA news, o padre siciliano não foi torturado e chegou a receber uma mesada enquanto foi feito prisioneiro.
No entanto, depois que batizou um casal de cristãos, Sidotti acabou sendo colocado em uma cela subterrânea, onde faleceu aos 46 anos, em 1714.
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