Em meados de 1946, a cidade do Texas, nos Estados Unidos, passou por uma onda violenta de crimes, nos quais jovens eram estuprados e mortos
Pamela Malva Publicado em 19/03/2020, às 18h50 - Atualizado às 19h00
Ao contrário de muitas cidades pequenas do Texas, Texarkana era bastante violenta em meados de 1940. Roubos e assassinatos eram comuns, mesmo que revoltantes. A população, portanto, não prestou muita atenção quando um ataque brutal aconteceu.
Em fevereiro de 1946, Jimmy Hollis, de 25 anos, e Mary Jeanne Larey, de 19, estavam em um encontro durante a noite. Os dois tinham assistido um filme e voltavam para casa, quando decidiram parar em uma rua deserta.
Dez minutos depois que estacionaram, um homem encapuzado se aproximou da janela do motorista. “Eu não quero te matar, amigo”, disse, apontando uma lanterna e uma arma para Jimmy. “Faça o que eu mando.”
Ele exigiu que Jimmy abaixasse as calças e bateu duas vezes na cabeça do jovem — que teve seu crânio fraturado. Em seguida, o homem tentou estuprar e roubar Mary Jeanne. Ela tentou argumentar com ele e, furioso, o criminoso a derrubou no chão.
Durante todo o estupro, Jimmy acordou e chamou atenção de um carro que passava pela avenida. Ao avistar as lanternas que se aproximavam, o criminosos fugiu. Jimmy e Mary Jeanne foram levados ao hospital e sobreviveram.
Em março daquele ano, outro ataque ocorreu. Dessa vez, os corpos de Richard L. Griffin, de 29 anos, e Polly Ann Moore, de 17, foram encontrados por autoridades. Ambos foram baleados na cabeça após saírem de um jantar com a irmã do jovem.
Sobre o caso, mais de 50 pessoas foram ouvidas e 100 pistas falsas foram investigadas. Nenhuma levou à qualquer suspeito concreto e, mesmo com esse ataque, a população ainda não estava com medo.
Foi apenas em abril de 1946, três semanas depois do primeiro assassinato, que as coisas ficaram mais sérias. Betty Jo Booker e Paul Martin foram encontrados mortos por policiais. O jovem, de 16 anos, foi baleado quatro vezes, enquanto a menina, de 15, foi estuprada e levou dois tiros.
Foi fácil para os policiais encontrar semelhanças entre os dois assassinatos. Todas as vítimas eram casais e foram baleadas com uma Colt calibre 32. A arma, inclusive, foi a mesma usada no primeiro ataque, segundo a teoria dos investigadores.
Assim, o pânico se instalou na cidade. Algumas famílias se abrigaram em um hotel da redondeza, outras compraram armas e, em certas casas, equipamentos de segurança foram instalados. Nos jornais, o criminoso era chamado de Assassino Fantasma.
Em maio daquele mesmo ano, Virgil Starks, um fazendeiro de 37 anos, estava em sua sala de estar quando foi baleado com uma arma de calibre 22. Sua esposa, Katie, que estava no carro, ouviu o tiro e correu até o corpo de seu marido.
Ela tentou ligar para a polícia, mas foi baleada duas vezes no rosto. O assassino, então, tentou entrar pela janela da cozinha, mas Katie, que sobreviveu, conseguiu fugir pela porta da frente e procurou ajuda. Policiais foram até a fazenda, mas apenas encontraram uma trilha de pegadas que acabava em uma avenida.
Ainda que os crimes fossem tecnicamente diferentes, o assassinato de Virgil foi incluído nas investigações do Assassino Fantasma. Dois meses mais tarde, tudo parecia tranquilo, o criminoso não atacou novamente e ninguém foi acusado ou preso.
Duas diferentes teorias foram erguidas para falar sobre os suspeitos. A primeira delas, se baseia em uma carta escrita por H.B Doodie Tennison. O universitário teria assumido dois dos assassinatos em uma nota de suicídio.
No texto, ele disse ter matado Betty Jo e Paul, além de atacar os Starks. Em testemunho, seu primo, o psiquiatra John Tennison, afirmou que Doodie tinha conexões com todas as vítimas. Mesmo assim, ele nunca foi indiciado.
A segunda teoria acusa Youell Lee Swinney, de 29 anos. Uma vez envolvido em um esquema de roubo de carros, ele virou suspeito quando sua esposa, Peggy Swinney, de 21 anos, foi presa. Ela deu diversos depoimentos e, em muitos deles, narrou cada detalhe dos assassinatos de Betty Jo e Paul.
Em muitos momentos, Peggy citou detalhes que apenas policiais sabiam e, assim, as autoridades imaginaram que ela estaria falando a verdade. A mulher, entretanto, nunca testemunhou contra ele e Youell foi preso em julho de 1946 pelo roubo dos carros.
Youell, entretanto, foi solto em 1973, por falta de defesa adequada, e morreu em Dallas, em 1994. Dessa forma, os crimes do Assassino Fantasma seguem sem solução até hoje.
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