Segundo a obra “Leblon”, de Augusto Ivan de Freitas Pinheiro e Eliane Canedo, a Chácara das Camélias pertencia a um comerciante português
Victória Gearini | @victoriagearini Publicado em 30/05/2021, às 09h00
Atualmente, o Leblon, localizado na cidade do Rio de Janeiro, possui o metro quadrado mais caro da região carioca. O bairro nobre é conhecido pelos seus prédios de alto padrão e pela beleza da praia. No entanto, durante o século 19, essa não era a realidade do local.
Na época, o Leblon era conhecido por abrigar um quilombo. Poucas pessoas sabem, mas a região teve um papel importante na abolição da escravatura, ocorrida em 13 de maio de 1888, conforme revelou a obra “Leblon”, organizada pelos urbanistas Augusto Ivan de Freitas Pinheiro e Eliane Canedo.
De acordo com a Folha de S.Paulo, o quilombo fazia parte da Chácara das Camélias, que hoje abriga o Alto Leblon. Conforme o livro, o local funcionava onde hoje equivale o Clube Federal.
Sabe-se que a chácara pertencia a um comerciante português, chamado José de Seixas Magalhães. No texto “As Camélias do Leblon e a Abolição da Escravatura”, divulgado pelo site da Fundação Casa Ruy Barbosa, o autor Eduardo Silva explica que além da fábrica, o proprietário cultivava flores no local, com o auxílio de alguns escravizados.
Com um viés progressista, o dono da propriedade ajudava a esconder escravos fugitivos. Além disso, tinha o apoio da Confederação Abolicionista, que funcionava na até então capital do Brasil Império.
“O imigrante Seixas era um homem muito bem relacionado”, disse, Eduardo Silva em entrevista à Folha em 2019. O escritor complement, que o português contou com a proteção da princesa Isabel.
A partir disso, as camélias passaram a ser vistas como símbolo abolicionista e progressista. As flores sotisticadas, na época, eram sinônimo de mudança e enfeitavam, ainda, a mesa de trabalho e a capela da princesa Isabel.
Conforme a Folha de S.Paulo, a antropóloga Alba Zaluar, que também assina o livro “Leblon”, reforça o paradoxo por trás da famosa Chácara das Camélias e, consequentemente, do quilombo do Leblon.
Segundo a autora, a propriedade do imigrante José de Seixas Magalhães abrigava brancos e negros, pobres e ricos, sendo fundamental para o movimento abolicionista do século 19.
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