No próximo dia 6, Charles III será oficialmente coroado rei da Inglaterra; conheça seus dois antecessores de mesmo nome!
Éric Moreira Publicado em 30/04/2023, às 09h00 - Atualizado em 05/05/2023, às 18h25
Neste sábado, 6, ocorre na Abadia de Westminster, em Londres, a coroação oficial de Charles III como rei do Reino Unido, sucedendo sua mãe, Elizabeth II, que faleceu no dia 8 de setembro de 2022. Ocupando o cargo aos 73 anos, ele se tornou o monarca mais velho a ser coroado na história britânica.
Como de tradição entre a monarquia, após se tornar soberano, o então príncipe Charles poderia adotar o nome que escolhesse para seu reinado, tem a possibilidade, com isso, até mesmo fazer alguma espécie de homenagem a um monarca anterior — quase da mesma forma como fazer os papas da Igreja Católica. Mas de maneira simples, preferiu manter seu próprio nome, tornando-se assim o rei Charles III do Reino Unido.
Visto isso, confira a seguir quem foram os antigos reis Charles I e Charles II:
Nascido na região de Fife, na Escócia, no dia 19 de novembro de 1600, Charles I foi o segundo filho de Jaime VI da Escócia que, posteriormente, se tornaria Jaime I da Inglaterra, depois de uma união entre as coroas. Tornando-se herdeiro do trono depois da morte de seu irmão mais velho, o príncipe Henry, em 1612, Charles só se tornou rei depois da morte de seu pai, em 1625.
Governando em um período conturbado, com a união de coroas e nações ainda recente, o reinado de Charles I foi marcado por intensas disputas e conflitos, segundo a CNN. Em 1637, enfrentou guerras civis contra os escoceses; em 1641, contra os irlandeses; e com os ingleses os conflitos duraram entre 1642 e 1646, e mais uma vez em 1648. Com isso, a população ficou extremamente dividida, e há um consenso entre historiadores de que ele não foi um bom governante.
Embora fosse uma pessoa reservada, e inclusive sofrendo de gagueira, Charles I era muito conhecido por seu forte autoritarismo, com uma crença de que os reis detinham de uma espécie de "direito divino". Profundamente religioso, era também favorável que a Igreja Anglicana — ou Igreja da Inglaterra — tivesse muitos rituais, o que ia em oposição ao que desejavam seus súditos, que preferiam celebrações mais simples.
Essa extravagância, porém, não se limitava ao religioso: um grande apreciador das artes, diz-se que Charles I teria gastado fortunas durante seu reinado para buscar artistas como van Dyck e Rubens para trabalhar na Inglaterra. Com isso, a dívida da coroa apenas seguia crescendo.
Uma característica de seu governo herdada de seu pai, no entanto, eram seus constantes conflitos com o parlamento, o que culminou em sua dissolução em 1929, e o início de um período que ficou conhecido como "tirania dos onze anos". Em 1940, mais de uma década depois, ainda precisou convocar um novo parlamento, a fim de tentar resolver uma série de conflitos internos, mas dissolveu-o novamente depois de ser questionado sobre os valores gastos em uma eventual guerra.
Apesar disso, ele não teve como fugir: depois de uma série de novas complicações em seu reinado, precisou convocar mais uma vez o parlamento, dessa vez com muitas discussões e discordâncias, acarretando até mesmo em algumas execuções. Então, com as revoltas populares ficando cada vez mais forte e sem qualquer apoio, se entregou ao exército escocês em 1646, que entregaria ao parlamento em troca de pagamentos atrasados.
Ainda tentando estabelecer novas negociações a fim de apaziguar o reinado, Charles I propôs aos escoceses o fornecimento de um exército para a imposição de pactos no país vizinho. Porém, a medida acarretou uma guerra civil em 1648, a qual ele acabou derrotado, e em 20 de janeiro de 1649, foi julgado e executado por alta traição "contra o reino da Inglaterra".
Por fim, no dia de sua morte, foi assinada uma lei pelo parlamento que proibia a proclamação de outro monarca. Apesar disso, depois de 11 anos de um governo parlamentar, seu filho, Charles II, se tornaria o novo rei da Inglaterra.
Devido às diversas mudanças nas estruturas daquela sociedade após a morte de Charles I, seu sucessor, Charles II, foi convidado a ir para a Escócia, onde concordou com uma exigência de assinatura de um pacto nacional. Foi então em 1650 que os ingleses derrotaram os escoceses na batalha de Dunbar, tomaram parte do sul do país, apagaram registros públicos da nação e, no ano seguinte, Chares II foi coroado rei. Porém, como os conflitos não cessaram, acabou fugindo para a França.
Eventualmente, para a surpresa do então monarca, os ingleses anunciaram uma união entre os dois países, que entrou em vigência em 1652, mas como a Escócia era mal representada no parlamento, novas divisões surgiram. Depois de nove anos no exílio, finalmente Charles II foi convidado a retornar a Londres, assumindo então o trono que outrora fora de seu pai, em 1660.
Por fim, o reinado de Charles II resumiu-se basicamente a diversos conflitos, e tentativas de resolver problemas, muitos deles provenientes de ações tomadas por seu pai. Então, em 1685, o monarca faleceu em decorrência de um derrame, sem ter deixado nenhum filho como sucessor, sendo assim substituído por seu irmão, Jaime II, que posteriormente seria deposto na Revolução Gloriosa, em dezembro de 1688.
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