Em 2022, a Nasa fotografou a luz de um astro que existiu durante o primeiro bilhão de anos após o Big Bang
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 09/04/2022, às 10h00
No ano de 2018, astrônomos da Nasa anunciaram ter detectado, com a ajuda do Telescópio Hubble, a estrela mais distante da Terra já registrada. O corpo celeste, que estava a nada menos que 9 bilhões de anos-luz de nosso planeta, foi nomeado de "Ícaro" em homenagem ao personagem mitológico grego que voou muito perto do Sol.
No último dia 30 de março, porém, uma descoberta surpreendente tirou esse título de Ícaro.
A nova estrela mais distante de nós a ser fotografado pelos cientistas supera seu predecessor em mais de três vezes: se trata de Earendel, que está a impressionantes 28 bilhões de anos-luz do nosso planeta, conforme relatado por um artigo da revista Nature.
Para que a luz do corpo celeste tenha viajado de tão longe para alcançar as lentes do Telescópio Hubble, é preciso que estejamos falando de uma supergigante azul, que é um tipo de estrela de dimensões e temperaturas imensas.
De acordo com as estimativas realizadas pelos cientistas, Earendel (cujo nome significa "estrela da manhã" em inglês arcaico) possuiria entre 5 e 500 vezes a massa de nosso Sol, e seu brilho seria no mínimo um milhão de vezes mais forte.
Mesmo com toda essa luminosidade, no entanto, os astrônomos não teriam sido capazes de identificar o corpo celeste em condições normais, de acordo com informações repercutidas pelo Phys.org.
Isso, pois, a trajetória dos raios luminosos simplesmente não vinham na direção da Terra: eles foram desviados e amplificados pelo improvável alinhamento entre um grupo de galáxias, em um fenômeno conhecido como "lente gravitacional", que já havia sido descrito por Einstein.
Confira abaixo um vídeo a respeito desse conceito:
Vale destacar que, hoje, Earendel não existe mais: supergigantes azuis vivem "apenas" alguns milhões de anos, de forma que ela deve ter explodido em uma supernova há muito tempo.
A luz detectada pelos nossos equipamentos atuais, afinal, partiu do astro há 28 bilhões de anos, de forma que a imagem captura como o corpo celeste era no passado, mais especificamente, há 12,8 bilhões de anos.
Na época da fotografia divulgada pela Nasa, o Big Bang havia ocorrido fazia "apenas" 900 milhões de anos, o que significa que o corpo celeste existiu durante uma fase inicial do Universo como conhecemos. A imagem divulgada pela agência espacial, nesse contexto, é a mais antiga captura do passado a que temos acesso.
"À medida que examinamos o cosmos, também olhamos para trás no tempo, então essas observações de alta resolução extrema nos permitem entender os blocos de construção de algumas das primeiras galáxias. Quando a luz que vemos de Earendel foi emitida, o Universo tinha menos de um bilhão de anos; apenas 6% de sua idade atual", explicou Victoria Strait, uma coautora do artigo, segundo repercutido pelo Phys.org.
Outra especialista envolvida no estudo, a astrofísica Jane Rigby, observou ainda que estudar Earendel corresponde a entender de onde viemos em sentido literal, uma vez que "somos feitos de uma parte dessa poeira estelar".
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