A invenção do alemão revolucionou a história da humanidade
Fred Linardi Publicado em 01/02/2008, às 00h00 - Atualizado em 02/09/2021, às 13h36
Após anos de pesquisas e trabalho cansativo, o alemão Johannes Gutenberg realizou o grande sonho de sua vida: a criação da prensa de tipos móveis. A invenção foi realizada por volta de 1455 e possibilitou a impressão em massa de livros.
Embora a técnica já tivesse sido feita anteriormente na China — através da impressão de gravuras — a criação de Gutenberg possibilitou maior aperfeiçoamente, agilidade e durabilidade do material utilizado. Mais tarde, tal fato transformaria a cultura ocidental para sempre.
Antes dela, cada cópia de livro exigia um escriba — que escrevia tudo a mão, página por página. Em 1424, por exemplo, a Universidade de Cambridge, no Reino Unido, possuía apenas 122 livros. Além disso, o preço de cada obra era o equivalente a uma fazenda ou vinícola.
Gutenberg, por sua vez, conseguiu suprir a crescente necessidade por conhecimento da Europa rumo ao Renascimento. Com isso, a informação deixou de ser apenas destinada aos nobres e ao clero.
Até 1489, por exemplo, já havia prensas como a do alemão na Itália, França, Espanha, Holanda, Inglaterra e Dinamarca. Em 1500, cerca de 15 milhões de livros já haviam sido impressos.
Pensando nisso, o site Aventuras na História selecionou 8 curiosidades sobre a invenção que mudou a história dos livros.
Confira abaixo.
A impressão já existia na China. Mas os tipos eram talhados em madeira — e não possibilitavam o uso de tanta pressão para marcar bem o papel. A prensa de Gutenberg tinha placas de metal duro que serviam de molde para fundir quantos caracteres fossem necessários.
Nessa etapa, os caracteres eram juntados em páginas — uma forma com moldura de madeira, onde já havia retas que garantiam o alinhamento. As condições de trabalho do compositor eram cansativas — ele ficava o tempo todo sentado, com pouca mobilidade.
A tinta que existia, à base de água, não oferecia boa aderência na hora da prensagem. Gutenberg usou uma tinta à base de óleo de linhaça e negro-de-fumo — que marcava bem o papel e não borrava. Ela era aplicada aos tipos móveis após ser impregnada em uma trouxa de pano.
A forma ficava sobre uma pedra de mármore. O papel era colocado sobre os caracteres e emoldurado por madeira. A prensa, abaixo, era movimentada com uma barra, que movia a rosca. Na outra ponta, um prato de platina pressionava a folha nos caracteres.
Como o prato de platina era pequeno, duas metades da mesma página eram impressas separadamente. O prelo descia duas vezes para imprimir cada página. Uma folha de feltro era colocada entre a página a ser impressa e a platina para melhorar o resultado.
O papel foi fundamental para a impressão dar certo. Antes dele, só o pergaminho e o velino proporcionavam boa absorção da tinta. Eles, porém, eram caros. O papel já vinha da China através da Arábia havia 200 anos, mas foi só no século 15 que seu uso se generalizou.
Em torno de 200 Bíblias foram os primeiros livros impressos. Logo na primeira remessa, acredita-se que tenham sido feitas cerca de 135 Bíblias de papel e 45 de velino (papel de couro de vitela). Impressas em latim e com letras góticas — imitando a escrita — , suas páginas tinham 42 linhas divididas em duas colunas. Algumas contavam com traços decorativos feitos a mão.
Devido à grossura dos exemplares — até 1300 páginas — , cada Bíblia tinha dois volumes. De todas elas, 48 sobrevivem até hoje em museus de diversos países. Antes delas, Gutenberg imprimiu algumas páginas soltas para testar sua invenção.
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