Em 1863, o Brasil rompeu relações com a Inglaterra e esteve prestes a declarar guerra, quando outro conflito explodiu
M. R. Terci Publicado em 10/10/2019, às 07h00
Brasil e Inglaterra estiveram muito perto de sair no braço e não foi durante uma partida de futebol. Incidentes com embarcações britânicas na costa do Rio Grande do Sul, quando um navio inglês encalhou e foi saqueado e, meses depois, a prisão de alguns marinheiros britânicos arruaceiros no Rio de Janeiro, conduziram o Império do Brasil e o Reino Unido a um embaraço diplomático de grandes proporções entre os anos de 1862 e 1865.
Um embaixador inglês chamado William Christie, culpou o Brasil por ambos os incidentes e impôs indenização pela carga sumida, além de exigir punição dos militares que prenderam os brigões ingleses. Dom Pedro II se recusou e surgiu a tal Questão Christie, assim nomeada em virtude do empertigado embaixador.
O clima entre os dois países — que já não era dos melhores desde o advento da Lei Bill Aberdeen (1845), que vetava o tráfico de escravos entre África e América e autorizava a marinha britânica a tomar navios com escravos a bordo destinados ao Brasil —, se tornou insuportável.
Com o imperador se negando a cumprir as exigências britânicas, Christie resolveu agir. Em novembro de 1862, cinco navios de guerra da esquadra britânica cercaram o Rio de Janeiro. Eles prenderam cinco navios mercantes brasileiros e exigiram uma indenização de 3200 libras esterlinas.
Dom Pedro II foi a uma corte de mediação internacional e peticionou contra seu ofensor. Contudo, piscou primeiro! Achando que ia perder, nosso imperador resolveu pagar a indenização aos ingleses.
O imperador teve ganho de causa. Exigiu, então, dos ingleses o dinheiro de volta e um pedido de desculpas. Nem um, nem outro. Em 25 de maio de 1863, o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Grã-Bretanha e se viu na possibilidade de declarar guerra.
A Guerra do Paraguai estava prestes a eclodir e, interessados em financiar o Império do Brasil nesse conflito de larga escala, os ingleses acabaram aceitando os termos impostos por Dom Pedro II, dando o primeiro passo na reaproximação. E assim se encerrava a Questão Christie, com uma guerra evitando outra.
M.R. Terci é escritor e esteve na legião estrangeira, expoente no gênero fantasia sombria e horror, seus livros mesclam história e o grande cabedal do folclore nacional às tramas autênticas e repletas de criatividade.
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