Entre 1993 e 1994, a elite rica do país asiático pensava duas vezes antes de sair de casa, temendo os ex-presidiários da gangue
Pamela Malva Publicado em 17/06/2020, às 20h00 - Atualizado às 20h04
Passar anos no sistema penitenciário pode ter diferentes efeitos na vida de uma pessoa condenada. Na grande maioria das vezes, os réus voltam para casa com o desejo de melhorar de vida e seguir por um caminho alternativo ao anterior.
Em casos mais isolados, os ex-prisioneiros saem de suas celas com ainda mais raiva do sistema e das pessoas que os colocaram na cadeia. Assim, decidem cometer crimes piores do que aqueles pelos quais foram julgados no passado.
Para os membros da Família Chijon, a raiva reprimida, a sede por vingança e o desejo insaciável por dinheiro foram determinantes para uma série de crimes hediondos. De forma cruel e impiedosa, o grupo aterrorizou a Coreia do Sul de 1993 a 1994.
Família de aço
Durante toda sua sentença, o jovem Kim Ki-hwan cultivou um sentimento puro e genuíno: ele odiava pessoas ricas. Famílias abastadas, no topo da elite sul-coreana eram seu pior pesadelo. Sabia que, quando saísse, teria que acabar com elas.
Pensando nisso, quando foi solto, o ex-presidiário de 26 anos juntou mais cinco criminosos e fundou a gangue Mascan, em 1993. Em teoria, o nome do grupo, de origem grega, significava ambição — tradução que, na verdade, não existe.
Juntos, todos os membros do clã compartilhavam do mesmo rancor em relação às pessoas ricas e, com isso, planejavam conseguir sua vingança. O plano inicial era sequestrar pessoas da elite e extorquir suas famílias pedindo resgates exorbitantes. Mas as coisas logo saíram do controle e os crimes hediondos logo tomaram espaço.
Uma lista sangrenta
Não satisfeitos com os valores provenientes dos sequestros, Kim Ki-hwan e o resto da quadrilha decidiram por uma abordagem mais incisiva contra a camada rica da Coreia do Sul. Dessa forma, começaram a procurar por suas primeiras vítimas fatais.
A fim de encontrar os alvos perfeitos, os criminosos passavam horas observando o movimento das lojas mais caras e movimentadas de Seul. Vítima escolhida, os ex-prisioneiros, então, passavam a planejar o assassinato.
Ao final de 1994, os seis membros da gangue de Kim Ki-hwan já tinham sido responsáveis pela morte de cinco pessoas. Os métodos que a gangue seguia para cometer os homicídios variavam, mas o final era sempre o mesmo: uma morte cruel.
A frieza de assassinos
Sempre que o trabalho com vítima estava terminado, o grupo enterrava os corpos, ou queimava seus restos mortais. Os criminosos contavam, inclusive, com um incinerador, instalado de forma amadora em um de seus esconderijos.
Como se matar, queimar e enterrar pessoas não fosse o suficiente, um dos membros da gangue admitiu, posteriormente, que eles praticavam canibalismo com suas vítimas. Para ele, era uma forma de despertar sua coragem e renunciar à sua humanidade.
Foi apenas depois da curta, mas sanguinária, série de assassinatos que o grupo decidiu mudar de abordagem. Eles criaram um plano mais sofisticado, uma forma rápida e fácil de conseguir os nomes das pessoas mais ricas da Coreia do Sul.
O plano fatal
Aproveitando do descontentamento de um funcionário, a quadrilha de assassinos conseguiu comprar uma lista dos consumidores de uma das lojas mais exclusivas de Seul. Eram 1,2 mil nomes e endereços de possíveis e, até então, prováveis vítimas.
Em setembro de 1994, no entanto, uma das mulheres sequestradas pelo bando conseguiu fugir. Não demorou muito para que ela denunciasse os criminosos e, assim, a gangue de Kim Ki-hwan passou a ser chamada de Família Chijon pelos oficiais.
Aos policiais, a mulher afirmou que teria sido obrigada a assistir e participar do assassinato de dois homens — atirando em um deles, e segurando a cabeça do segundo enquanto ele era sufocado.
Nada ficcional
Em novembro de 1994, todos os membros da Família Chijon foram condenados à morte pelo assassinato das cinco vítimas. Durante o julgamento, nenhum deles demonstrou qualquer remorso. Um dos criminosos, Kim Hyon-yang, de 22 anos, pelo contrário, afirmou que seu único arrependimento era não ter matado mais gente rica.
Um ano depois da sentença, a gangue foi executada, sem exceções, no dia 2 de novembro de 1995. Vinte anos mais tarde, o filme Non Fiction Diary decidiu contar a história dos criminosos, através de entrevistas com os personagens reais da história. Assim, detetives, o executor da pena de morte e até uma freira foram ouvidos.
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