Inspirado pela Grécia Antiga, o Barão de Coubertin lançou competições de arte em 1912, nos Jogos de Estocolmo, na Suécia
Izabel Duva Rapoport Publicado em 28/07/2024, às 12h00
Pode parecer estranho, mas em 1906 o fundador do movimento olímpico moderno, Barão de Coubertin, propôs que os eventos esportivos tivessem também uma dimensão artística.
Sua inspiração era a Grécia Antiga, onde arte e esporte andavam lado a lado como uma forma de exercitar e enriquecer o corpo e a mente. Para a edição de 1908, em Londres, na Inglaterra, o Barão não teve apoio (e nem tempo) suficiente, até que em 1912, nos Jogos de Estocolmo, na Suécia, foram lançadas cinco novas modalidades de competição no programa olímpico: pintura, escultura, literatura, arquitetura e música. As obras concorrentes deveriam ser inéditas, relacionadas ao esporte e produzidas apenas por amadores.
Na disputa de estreia de arte, o evento contou com a participação de 33 pessoas, incluindo o próprio Coubertin, cujo poema Ode ao Esporte recebeu medalha de ouro em literatura.
Com um número pequeno de inscrições, as primeiras competições de arte não causaram tanto impacto – algo que só aconteceu em Paris, nos Jogos de 1924, quando a qualidade dos trabalhos disparou, assim como o número de artistas participantes: 193.
Entre os vencedores, estava o amador Paul Gauguin, neto do escultor francês Jean René Gauguin. Quatro anos depois, em Amsterdã, as obras enviadas já somavam mais de 1.100, especialmente ilustrações.
Entre os sete vencedores americanos dos Jogos de Los Angeles, em 1932, estava Mahonri Young, um apaixonado por boxe que levou ouro para casa com sua escultura "The Knockdown", que ilustra a capa da reportagem. Ao retratar o golpe que derruba o perdedor, o artista dá a impressão de que o corpo no chão se dissolve no tatame.
A edição derradeira de artes competitivas foi em Londres, em 1948. Embora tenham tido obras de peso, a maioria dos medalhistas é desconhecida. Assim como a ideia genial (e remota) de colocar o esporte e a arte em harmonia.
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