Maior de sua espécie a habitar a Terra, a Titanoboa viveu há três milhões de anos e podia ter até 14 metros de comprimento
Giovanna de Matteo, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 31/08/2020, às 21h31 - Atualizado em 31/12/2021, às 08h00
Há milhares de anos, o planeta Terra foi habitado por grandes animais e tenebrosos predadores. A pré-história guarda mistérios que por anos os arqueólogos e paleontologistas vêm revelando. Mas, você já imaginou como seria se deparar com um desses animais antigos?
Essa foi o ponto chave de uma exibição feita pelo Museu Nacional de História Natural do Smithsonian, em Washington, D.C. que trouxe para a vida real uma réplica de um dos maiores predadores do mundo: a Titanoboa cerrejonensis.
Este animal era uma cobra espetacular do período Paleoceno, ocupando o topo da cadeia alimentar daquela época. Seus primeiros fósseis foram encontrados em 2009, na Formação Cerrejón, das minas de carvão de Cerrejón em La Guajira, Colômbia.
Descubra 5 curiosidades sobre as gigantes cobras Titanoboa:
Os primeiros fósseis encontrados da Titanoboa evidenciaram vértebras muito parecidas com as de jiboias e anacondas, só que estrondosamente maiores.
Para criarem uma estimativa do tamanho desse réptil, os pesquisadores analisaram os resquícios fósseis juntamente com o habitat em que foram encontrados. A partir disso, conseguiram identificar onde e quando este ser viveu, datando do período paleoceno, há 60 milhões de anos.
Seguindo o fato de que esses animais são ectotérmicos, o que significa que são incapazes de esquentar o próprio corpo e dependem de uma energia externa para isso, os cientistas chegaram à conclusão que seu tamanho extraordinário teria relação com a região em que esses fósseis foram encontrados que, naquela época, quando essa criatura ainda existia, podia chegar numa temperatura entre 30 e 34 ºC.
Ou seja, a temperatura mais quente do espaço em que viviam há milhões de anos atrás fez com que a titanoboa chegasse a ter até 14 metros de comprimento, podendo pesar mais de uma tonelada. Isso se deve a conclusão de que em regiões mais quentes e tropicais quanto maior o tamanho da cobra, maior a sua chance de sobrevivência.
Acredita-se que a titanoboa era uma cobra aquática que vivia em regiões da América do Sul, com temperaturas altas e climas tropicais. Ela habitava grandes selvas e pântanos, onde se alimentava, caçava e se reproduzia, podendo viver até cerca de 30 anos.
Na hora de se acasalar, as fêmeas soltavam um cheiro forte no ar, que deixava os machos furiosos e ariscos. Além disso, ela podia ter até 80 filhotes, ou seja, botar um monte de ovos de uma só vez.
Em 2012, foi descoberto o primeiro crânio de uma titanoboa, o achado faz parte da pesquisa "Cranial osteology, Body Size, Systematics, and Ecology of the giant Paleocene Snake Titanoboa cerrejonensis", apresentada no 73nd Annual Meeting of the Society of vertebrate Paleontology, em Los Angeles.
Numa análise parcial desse crânio, os paleontólogos afirmaram que essa cobra tinha dentes finos e afiados, mais compatíveis com uma dieta aquática, ou seja, a criatura monstruosa da América do Sul se alimentava de grandes peixes, tartarugas e crocodilos.
Para caçar, ela usava sua incrível força muscular com o objetivo de agarrar suas presas e estrangulá-las até a morte. Ela detinha de olhos infravermelhos capazes de enxergar suas vítimas a quilômetros de distância. Seu bote podia chegar a quase três metros de distância.
Como a maioria das cobras grandes, ela não possuia veneno, e seu peso não a impedia de ser rápido, conseguindo rastejar quilômetros a fio sem ser notada.
A titanoboa é uma parente distante da jiboia e da anaconda, e foi extinta a quase tanto tempo quanto os dinossauros, tendo 5 milhões de anos de diferença entre o desaparecimento da cobra e o aparecimento do T-rex.
Pelo seu tamanho avassalador, crê-se que sua extinção se deu pelas mudanças climáticas, principalmente o resfriamento da Terra, já que elas dependiam do sol para se manter aquecidas. A temperatura atual da Terra não consegue suportar cobras desse tamanho, e as cobras atuais não chegam, na verdade, a mais de 7 metros de comprimento.
Um documentário especulativo feito pelo canal de entretenimento Smithsonian mostra como seria uma luta entre os dois maiores predadores da Terra: o Tiranossauro Rex e a Titanoboa.
Apesar desses animais não terem ocupado os mesmos lugares nem a mesma época, pesquisadores remontaram virtualmente como seria uma luta entre eles. Em conclusão, julgou-se que a vitória dependeria do contexto externo em que essa luta ocorreria.
Em terra, foi argumentado que o T-rex se sobressairia, tendo vantagem na hora de abocanhar a cobra, já que possui, até hoje, a mordida mais forte do reino animal. Por outro lado, se a disputa ocorresse perto das costas e ambientes marinhos, provavelmente a titanoboa se destacaria, usando sua tática de estrangulamento para agarrar o dinossauro com sua força de constrição fenomenal.
Confira abaixo o vídeo da simulação dessa luta.
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