Entenda como os sabores brasileiros encantaram Dom Pedro II
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 24/07/2022, às 15h00
Dom Pedro II, antigo imperador do Brasil, realizou em 1881 uma impressionante viagem em Minas Gerais, lendo relatos do naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, que já havia viajado pela região décadas antes. A aventura durou de 26 de março a 30 de abril de 1881, e foi registrada pelo imperador em seu diário.
No diário de viagens de Dom Pedro II, é possível acompanhar suas considerações pelos lugares em que passou; como as cadeias, onde reclamou da higiene e do cheiro, as escolas, que receberam críticas quanto ao desempenho de professores e alunos, além lugares culturais, como o teatro e apresentações artísticas em outros locais.
No entanto, o que mais chama atenção nos relatos de Dom Pedro II é o encantamento do imperador com a região. Lá, ele escrevia sobre as belezas naturais da paisagem da região da Serra do Caraça — uma das várias que ele visitou durante a viagem —, e descrevia como se sentia ali.
No diário, se vê o encantamento com a beleza da paisagem do local, e ele também menciona a Cascatona, alegando ser "uma das mais belas castatas" que conhecia.
Desde que se começa a subir a Serra do Caraça cresce a beleza da paisagem e, do alto, descobre-se vastíssimo horizonte... [...] Uma das mais belas cascatas que eu conheço, que forma lençóis e tanque, e corre depois em fundo vale estreitado pelas montanhas. Nunca admirei lugar mais grandiosamente pitoresco do que este", escreveu Dom Pedro II em seu diário.
A região também é riquíssima em diversidade e riquezas naturais, sendo o Santuário da Caraça localizado no centro de 10 mil hectares de floresta protegida. A vida selvagem ainda conta, também, com cervos, mais de 340 espécies de aves, onças, antas, e o animal símbolo do parque, o lobo-guará, como informado pelo Globo Reporter.
No entanto, outra coisa que marcou o imperador durante a viagem, foi um banquete servido a ele e sua esposa, a imperatriz Teresa Cristina. Para ser mais específico, o que conquistou o imperador, conforme repercutido pelo Globo Repórter e a CNN Brasil, foi um doce servido, chamado de 'pudim de gabinete'.
Diferentemente de um pudim tradicional, o pudim de gabinete conta com diversos ingredientes para seu preparo, incluindo muitas frutas locais, o que fez do doce cheio de sabores típicos da região, e acabou agradando muito o imperador.
Além disso, o nome foi dado pois, na falta de uma geladeira, as pessoas o guardavam em um tipo de armário, que era chamado de gabinete.
Ele ficava guardado em um armário, com o nome de gabinete, e ficou tão famoso que ficou com o nome do próprio armário: pudim de gabinete", explicou a pesquisadora em gastronomia do Senac-MG, Vanir Maria Fonseca Pedrosa, ao Globo Repórter em 2021.
O pudim conta com biscoitos Champagne, doce de cidra, doce de banana, doce de mamão, goiabada cascão, passas, frutas cristalizadas, ameixas secas, açúcar, leite, gemas de ovos, uma maçã e raspas de um limão.
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