Bloco de queijo tinha cerca de 1,2 metro de diâmetro e 0,6 metro de espessura - Divulgação/ Shutterstock
Estados Unidos

O bizarro — e grande — queijo da Casa Branca

Em 1835, um presente de 635 kg fez com que qualquer um pudesse achar o presidente pelo cheiro

Maria Carolina Cristianini Publicado em 12/06/2019, às 13h31 - Atualizado em 19/11/2021, às 10h00

O que dar de presente ao homem mais poderoso do país? Andrew Jackson, sétimo presidente dos EUA, viu-se surpreendido com um agrado peculiar na Casa Branca: um bloco de queijo. Não qualquer bloco de queijo, mas um cheddar gigante de meia tonelada — 635 quilos, exatamente.

A façanha veio do fazendeiro Thomas S. Mecham, morador de Sandy Creek, em Nova York. Quando a ideia de fazer um queijo gigante para celebrar o aniversário de governo de Jackson surgiu, em 1835, Mecham não perdeu tempo — ele tinha os meios e o conhecimento para produzir a deliciosa monstruosidade.

E não bastou fazer um só: foram dez, expostos numa homenagem ao presidente realizada em Oswego. A roda de queijo destinada ao governante era, naturalmente, a maior de todas. Com cerca de 1,2 metro de diâmetro e 0,6 metro de espessura, trazia uma faixa com os dizeres “a União, ela deve ser preservada” — famosa frase entonada por Jackson durante o Democratic Jefferson Day de 1830.

A data não era por acaso. Esse não era o primeiro queijo na Casa Branca, apenas o maior. O próprio Jefferson também tinha sido dono de um queijo semelhante, com 560 quilos, em 1802. Após inspirar o patriotismo, o queijo foi enviado de barco até seu novo lar na Pennsylvania Avenue, junto a outros dois blocos com metade do tamanho endereçados ao vice-presidente Martin Van Buren e ao governador nova-iorquino William L. Marcy.

O que Jackson fez com tanto queijo? Dividiu entre os seus amigos. Mas não havia amigo o suficiente. O queijo permaneceu alojado na Casa Branca por dois longos anos, ganhando um odor cada dia mais intenso. Em seus últimos dias, dizia-se que dava para senti-lo a seis quarteirões. Era possível achar a casa do presidente pelo cheiro.

Somente em 22 de fevereiro de 1837 Jackson conseguiu dar um fim no cada dia menos desejado hóspede. Tratou de servi-lo aos convidados de seu último evento público como presidente.

Em duas horas, as 10 mil pessoas que visitaram a Casa Branca comeram cada centímetro cúbico que o presidente e seu amigo não haviam dado conta de ingerir. Quando Martin Van Buren assumiu, no mesmo ano, sua primeira tarefa foi se livrar do peculiar perfume deixado pelo antecessor.

Em 2014, o governo americano resolveu celebrar a memória de Jackson e ouvir o público com a criação do Big Block Cheese Day — ocorrido também em 2015 e 2016 no governo de Barack Obama.

Para o próximo ocupante da cadeira presidencial, não houve queijo. Todos foram convidados a enviar mensagens e perguntas pelas redes sociais para a equipe da Casa Branca, que respondeu ao vivo. 

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