A pesquisa foi publicada na última terça-feira, 1, no periódico BMJ Open
Redação Publicado em 06/02/2022, às 09h00
Um estudo publicado na última terça-feira, 1°, no periódico BMJ Open, estabeleceu uma relação entre a recusa da vacina contra a Covid-19 e traumas de infância vivenciados pelos indivíduos.
A pesquisa, conduzida por especialistas da Universidade de Bangor, no País de Gales, constatou que o receio de se vacinar é três vezes mais recorrente em pessoas que sofreram quatro ou mais tipos de trauma infantil se comparado àquelas que não possuem histórico de abalos.
Mais de 6,7 mil adultos participaram da entrevista, que se deu por telefone, entre dezembro de 2020 e março de 2021. No entanto, somente foram levados em consideração os depoimentos de 2,2 mil pessoas, as quais atenderam aos critérios de elegibilidade.
Segundo a fonte, os participantes tiveram de responder aos entrevistadores se sofreram uma série de traumas enquanto crianças, entre abuso físico, verbal ou sexual; separação dos pais; exposição a situações de violência doméstica; consumo indevido de álcool ou drogas; ter um membro da família preso ou mesmo morar com familiar com alguma doença mental.
Mais da metade dos galeses que participaram da entrevista declarou não ter vivenciado nenhuma das situações mencionadas. Contudo, os pesquisadores perceberam que uma a cada cinco pessoas passou por algum abalo, sendo que 17% tiveram duas ou três experiências traumáticas, enquanto 10% relataram ter sofrido mais de quatro eventos traumáticos.
A pesquisa destacou que a recusa em se vacinar foi de 38% entre adultos de 18 a 29 anos de idade que somavam quatro ou mais experiências traumáticas. Também ressaltou que apenas 3,5% dos adultos com mais de 70 anos, e sem problemas na infância, se mostraram contrários à imunização.
Os cientistas também descobriram que pessoas com mais traumas enquanto crianças apresentaram menor confiança nas informações divulgadas pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido.
Essas mesmas pessoas também se mostraram contrárias às medidas preventivas da pandemia de Covid-19, como o uso obrigatório de máscaras.
A recusa em promover a cobertura facial foi quatro vezes maior entre os adultos que sofreram eventos negativos, em relação aos que não sofreram qualquer abalo.
Os resultados, portanto, sugerem que indivíduos mais traumatizados quando crianças têm maior dificuldade de cumprir medidas de saúde pública impostas pelo estado.
Por esse motivo, os idealizadores do estudo defendem que “uma melhor compreensão de como aumentar sua confiança nos sistemas de saúde e o cumprimento das orientações é urgentemente necessária”.
Confira aqui o estudo completo.
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