Conhecido como “unicórnio siberiano”, espécie de rinoceronte compartilhou a Terra com os primeiros humanos modernos
Fabio Previdelli Publicado em 12/11/2023, às 12h00 - Atualizado em 01/01/2024, às 10h48
O rinoceronte Elasmotherium sibericum compartilhou a Terra com os primeiros humanos modernos até cerca de 39 mil anos atrás. Pesando impressionantes quatro toneladas, a espécie era conhecida por seu único e extraordinário chifre no meio da testa.
Por esse motivo, também é popularmente conhecido como "unicórnio siberiano". O rinoceronte gigante pode ser uma das origens do mito por trás do animal. Mas sua existência é muito mais importante que isso, afinal, pesquisadores buscam o entender para ajudar na preservação de rinocerontes que ainda estão vivos.
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Conforme aponta matéria da BBC, o rinoceronte Elasmotherium sibericum vagou pelas pastagens da Eurásia e viveu até, pelo menos, 39 mil anos atrás — muito mais tempo do que se pensava.
Até então, acreditava-se que a espécie havia desaparecido entre 200 mil e 100 mil anos atrás. No entanto, a datação por radiocarbono em 23 espécies descobriu que o gigante da Idade do Gelo viveu na Europa Ocidental e Ásia Central por muito mais tempo.
Os pesquisadores, continua a BBC, também foram capazes de isolar o DNA do antigo rinoceronte pela primeira vez; o que permitiu entender que eles se separaram do grupo moderno de rinocerontes há cerca de 40 milhões de anos.
Assim, a extinção do unicórnio siberiano marcou todo o fim de um grupo de rinoceronte. Mas, eles ainda são importantíssimos para a preservação de espécies de nossa contemporaneidade.
Segundo as evidências estudadas, a espécie, embora robusta, tinha uma alimentação exigente. Análises nos dentes dos animais confirmaram que eles pastavam em gramíneas duras e secas.
"Ele estava andando como uma espécie de cortador de grama pré-histórico, na verdade... estava apenas pastando no chão", aponta o professor Adrian Lister, do Museu de História Natural de Londres, que liderou o estudo publicado em 2018 no Nature Ecology and Evolution.
Portanto, a dieta especializada do rinoceronte Elasmotherium sibericum pode ter sido o motivo de sua ruína. Afinal, conforme a Terra aqueceu — e começou a emergir a Idade do Gelo — há cerca de 40 mil anos, as pastagens encolheram e ficaram mais escassas.
Neste período, é importante analisar, centenas de dezenas de espécies de grandes mamíferos sumiram devido às alterações climáticas do planeta; aliado à perda de vegetação e também à caça humana.
Atualmente existem apenas cinco espécies restantes de rinocerontes, sendo que poucos deles sobrevivem foram de parques ou reservas naturais. O desaparecimento deles é impulsionado não só pela perda de habitat natural ao longo das últimas décadas, mas muito em virtude da caça furtiva.
Portanto, o estudo de rinocerontes fossilizados pode ajudar os cientistas a compreender sobre o destino de muitas espécies pré-históricas que já habitaram nosso planeta; entendendo como elas se adaptaram às alterações climáticas e às interações humanas.
Nos tempos atuais, Lister aponta que os rinocerontes também correm risco de extinção pelo fato de serem extremamente exigentes em relação ao seu habitat. "Qualquer mudança no seu ambiente é um perigo para eles".
E, claro, o que também aprendemos com o registo fóssil é que quando uma espécie desaparece, acabou, desaparece para sempre".
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