Quase um século de caça ao tesouro marca a busca pelo legado de Dutch Schultz, um contrabandista de bebidas alcóolicas
Isabela Barreiros Publicado em 18/11/2021, às 13h41
Uma caça ao tesouro acontece em Nova York há quase um século. Isso desde que Dutch Schultz foi baleado no dia 23 de outubro de 1935 em um restaurante em Newark, New Jersey e morreu no dia seguinte em decorrência dos ferimentos.
Nascido Arthur Simon Flegenheimer, Schultz foi um gângster americano que ficou conhecido pelo contrabando de bebidas alcoólicas, além da rede criminosa de jogo ilegal e assassinatos em Nova York. Foi apelidado de o "Barão da Cerveja do Bronx".
Construiu um império durante o período em que bebidas alcoólicas eram ilegais nos Estados Unidos, na década de 1920, quando a Lei Seca persistia no país e impedia que pessoas comprassem tais produtos legalmente.
Com o tempo, passou a expandir seus negócios, conquistando territórios além do Bronx, chegando até Manhattan por meio de um conflito territorial com outra gangue. Foi quando começou a operar uma espécie de loteria e viu sua fortuna crescer ainda mais.
No entanto, o crescimento das operações acabou chamando a atenção das autoridades, e Schultz foi julgado por sonegação de imposto de renda. O afastamento e ligação com a polícia acabaram causando problemas que resultariam em sua morte.
O "Barão da Cerveja do Bronx" foi assassinado por uma ação da Murder Inc., uma organização que atuava como braço direito da Máfia Italiana. No seu leito de morte, não estava lúcido e falou um balbucio que gerou uma série de dúvidas.
Afinal, onde foi parar toda aquela riqueza que o gângster acumulou durante toda sua vida? E assim, surgia um dos maiores mitos sobre Schultz e Nova York: a de que algum lugar das montanhas de Catskills guarda o rico tesouro do contrabandista.
O legado de Schultz sempre foi alvo de procura desde sua morte em 1935; no entanto, nos últimos anos, caçadores de tesouro profissionais dos Estados Unidos começaram a dar uma atenção especial ao tópico com o lançamento de um livro.
Em “The Brazen Beer Baron of New York” (“O Descarado Barão da Cerveja de Nova York”, em tradução livre), Nate Hendley narra que o criminoso conseguiu acumular uma fortuna inimaginável entre as décadas de 1920 e 1930 com o comércio de bebidas ilegais.
A publicação da obra deu força à lenda urbana, que já era bastante popular entre pessoas que procuravam o tesouro na cidade de Phoenicia, na região sudeste do estado americano de Nova York, segundo o New York Post.
Ainda assim, historiadores destacam que é possível que o tesouro sequer exista ou que ele já pode ter sido descoberto, visto que pessoas estão buscando pela riqueza do contrabandista há mais de 80 anos.
De acordo com as lendas recontadas com o passar dos anos, acredita-se que uma fortuna de cerca de US$ 150 milhões esteja “escondida" na região do estado nova iorquino, o equivalente a R$ 832 milhões, segundo a cotação atual. Esse valor estaria guardado em forma de papel-moeda, moedas de ouro, títulos e joias.
No ano passado, dois caçadores de tesouro canadenses começaram a fazer buscas na região para buscarem o lendário e tão procurado tesouro do contrabandista. Steve Zazulyk e Ryan Fazekas relatam suas façanhas no programa “Secrets of the Dead: Gangster’s Gold” da emissora PBS.
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