O instituto está no foco das investigações sobre a origem do novo coronavírus no país asiático
Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 05/06/2021, às 08h00
Um relatório resultante de uma viagem de cientistas à China foi publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março deste ano. Em 120 páginas, o documento relata os dados obtidos por pesquisadores em hospitais, mercados e laboratórios chineses.
O principal objetivo da viagem era entender qual a origem do novo coronavírus, que já matou cerca de 3,7 milhões de pessoas em todo o mundo. Embora a finalidade da pesquisa estivesse clara, ainda existem muitas dúvidas sobre o que pode ter originado o vírus.
Segundo o relatório, é ‘muito provável’ que ele tenha sido levado de morcegos para humanos através de um animal que agiu como intermediário. Assim, atestou-se a hipótese da Covid-19 ter uma origem animal.
“Apesar de vírus semelhantes terem sido encontrados em morcegos, a distância evolucionária entre esses vírus e o Sars-CoV-2 é estimada em várias décadas, sugerindo um elo perdido. O cenário que prevê um hospedeiro intermediário é considerado de provável a muito provável", lê-se no relatório, conforme repercutido pelo site Terra.
Mesmo que inúmeros especialistas tenham sido enviados para investigar a origem do novo coronavírus na China, ainda existem muitas dúvidas. Pouco tempo depois do relatório ter sido publicado, o próprio diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu que mais estudos fossem realizados pela equipe.
“No que diz respeito à OMS, todas as hipóteses permanecem em jogo. Este relatório é um começo muito importante, mas não é o fim. Ainda não encontramos a fonte do vírus e devemos continuar seguindo a ciência e não deixar pedra sobre pedra”, afirmou Ghebreyesus.
Há uma teoria que se reacende em momentos específicos desde o começo da pandemia de covid-19, que persiste há mais de um ano. No final do último mês, uma reportagem do jornal americano The Wall Street Journal novamente levantou a hipótese de a pandemia ter começado após um erro de um laboratório em Wuhan, que permitiu que o vírus escapasse.
A polêmica fez com que o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciasse uma nova investigação para encontrar evidências sobre a origem do coronavírus. A ideia é examinar o Instituto de Virologia de Wuhan, principal foco da teoria que sugere que o vírus foi criado em laboratório.
O instituto é um dos mais importantes de toda a Ásia, abrigando notáveis estudos de virologia, microbiologia aplicada e biotecnologia. Como informa a própria instituição em seu portal, "o estudo patogênico de doenças infecciosas emergentes tornou-se um dos principais campos de pesquisa" nos últimos anos.
No local, segundo informou a BBC News, são realizadas pesquisas envolvendo animais, a exemplo de morcegos, e outros patógenos que ainda não possuem tratamento ou vacinas. O propósito é estudar esses vírus antes que eles possam se tornar pandemias.
É importante mencionar ainda que o Instituto de Virologia de Wuhan utiliza uma técnica de pesquisa específica, conhecida como ganho de função. À BBC, Richard H. Ebright, biólogo molecular da Rutgers University, em Nova Jersey (EUA), explicou que “a pesquisa de ganho de função cria novos patógenos, que não existem na natureza, e que apresentam o risco de criar novas doenças, seja acidental ou deliberadamente."
"O ganho de função aumenta as habilidades do patógeno, como sua transmissibilidade, letalidade ou capacidade de superar uma resposta imune a vacinas e medicamentos", apontou.
O governo da China continua rebatendo as críticas categoricamente. "Alguns nos Estados Unidos espalham teorias de conspiração e informações falsas, como a hipótese de um erro de laboratório", declarou Zhao Lijian, porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, à imprensa.
No relatório da OMS, os pesquisadores escrevem que é "extremamente improvável" que o vírus tenha se disseminado pelo mundo a partir de um incidente no laboratório chinês.
Ainda assim, novas investigações serão realizadas para que se possa entender a origem do novo coronavírus. Uma dúvida que persiste há mais de um ano, cientistas querem finalmente colocar o ponto final na questão.
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